O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem ao governador Roberto Requião que deve ser encontrada uma solução técnica para mudar o enquadramento do Paraná como inadimplente pela Secretaria do Tesouro Nacional. Durante a audiência realizada em Brasília, da qual participaram também o secretário estadual do Planejamento, Reinhold Stephanes, e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, Requião expôs ao presidente o problema que o estado enfrenta por ter recebido títulos podres de outras administrações na ocasião da privatização do Banestado.
Desde dezembro de 2004, o Paraná vem sendo punido com multas aplicadas pela STN por não pagar os valores referentes aos títulos podres. A Secretaria do Tesouro Nacional retém das transferências obrigatórias da União R$ 39 milhões, todos os meses, apesar de o governo paranaense questionar na Justiça a legalidade da transferência.
Lula acertou com Requião uma reunião para a próxima terça-feira entre o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e a Casa Civil da Presidência da República para que sejam estudadas saídas técnicas possíveis.
Com a privatização do Banestado, o Banco Central impôs ao estado do Paraná que assumisse os títulos públicos do banco emitidos pelos Estados de Alagoas, Santa Catarina e municípios de Osasco e Guarulhos, a fim de saneá-lo. Como parte das negociações, em troca da retirada dos títulos podres do ativo do Banestado, o BC emprestou ao Paraná R$ 3,8 bilhões.
"Mesmo o estado já tendo pago à União R$ 4 bilhões, a dívida alcança hoje a soma de R$ 8 bilhões", protestou o governador Requião. Este valor deve-se à aplicação das taxas Selic sobre o montante da dívida. "É um absurdo cobrar-se uma taxa dessas de governo para governo", afirmou o secretário do Planejamento, Reinhold Stephanes.
Com o passar do tempo, além da maioria dos estados e municípios não terem honrado seus compromissos, várias ações judiciais contestam estas operações. Requião informou a Lula que o Ministério Público Federal e estado do Paraná movem ações contra estas operações e argumentou que, enquanto estiverem ocorrendo discussões judiciais, a autuação não deve ser feita. Solicitou ainda a devolução ao estado das retenções já efetuadas.
Depois da reunião no Palácio do Planalto, Requião e sua equipe reuniram com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, quando expôs ao ministro a briga judicial do governo paranaense com o Banco Itaú. O governador lembrou que recentemente o ministro do STF Marco Aurélio de Mello deu sentença favorável ao governo do Paraná.
Fim do ano legislativo dispara corrida por votação de urgências na Câmara
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Frases da Semana: “Alexandre de Moraes é um grande parceiro”
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais