Num momento de superexposição política, a candidata do Palácio do Planalto para a disputa de 2010, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), foi orientada pelo próprio presidente a dosar as imagens de "candidata" e de "administradora". Ao final de uma reunião com assessores especiais do Planalto, Lula pediu que Dilma se concentre agora no trabalho de ministra e coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O presidente aconselhou-a a "imergir" para reforçar a imagem de gestora.
O relato das avaliações e da decisão foi feito ao Estado por um dos participantes da reunião. Lula considerou "positiva" a divulgação do nome da ministra nas últimas semanas, mesmo com a decisão dos partidos oposicionistas (DEM e PSDB) de recorrer à Justiça para reclamar que o governo antecipou o jogo eleitoral.
Ao avaliar o quadro político, o presidente disse aos auxiliares e ministros da área política que os ataques a ele e à ministra mostraram que a oposição subestimou o potencial político de Dilma. Disse ainda que só agora a oposição percebeu que a ministra é uma candidata com chances.
Numa conversa com colegas de governo, Dilma confidenciou que vive uma situação única na vida. Comentou que nunca teve um contato direto com multidões, como ocorre agora - a ministra esteve com Lula num palanque armado na praça da igreja matriz de Salgueiro, em Pernambuco, e em eventos organizados pelo PT que reuniram centenas de pessoas.
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