O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse neste sábado, durante visita ao Rio de Janeiro, que não está interessado na formação da equipe ministerial do próximo governo. De acordo com Lula, em time que está ganhando não se mexe. O presidente, que participou da abertura da campanha nacional de combate a dengue , afirmou que o importante agora é desobstruir os canais do Estado e resolver as crises.
- Estou pensando em ver o que vai acontecer na eleição da Câmara e do Senado. E, só então, depois, eu me preocupo em fazer as mudanças que eu precisar fazer - disse. - Eu tenho dito o seguinte: eu vejo a inquietação das notícias de que vai sair ministro, entrar ministro. Não é a minha preocupação. A minha preocupação nesse momento é de resolver problemas para desobstruir o Estado brasileiro. Tenho que destravar as coisas que impedem que o Estado brasileiro cresça. Depois disso, eu vou saber qual é a equipe que vai entrar para nesse Estado destravado- fazer o que o Brasil espera que seja feito há 29 anos - afirmou.
O presidente explicou que a questão da desobstrução da máquina pública inclui problemas com o embargo de projetos por questões ambientais , ou problemas com a Justiça, o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União (TCU).
- Ou seja, tem tanta muita que às vezes faz uma obra demorar - disse.
Lula afirmou, ainda, que o trabalho de desobstrução visará a atrair investimentos.
Lula afirmou que não está discutindo espaço no governo com nenhum partido.
- Eu acabo de ganhar um jogo. O time é vitorioso. Por que eu tenho que me preocupar em fazer mudança? Até agora eu não tive conversa com nenhum partido político sobre qualquer cargo - disse. - Eu pretendo primeiro fazer uma reunião com as bancadas eleitas para dizer para eles o que eu vou fazer no segundo mandato e pedir a colaboração deles. E só então, depois, eu me preocupo em fazer as mudanças que eu precisar fazer.
Lula fez as declarações a jornalistas após participar, no Hospital da Lagoa, de cerimônia em que retransferiu para o município do Rio de Janeiro a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). Desde março de 2005, o sistema estava sob responsabilidade do governo estadual, depois da decretação do estado de calamidade pública na rede hospitalar da cidade.
Na sexta-feira, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, já havia dito que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderá iniciar o novo governo sem o Ministério totalmente formado. Tarso disse que Lula está preocupado em definir primeiro com os partidos como se dará o governo de coalizão e as medidas econômicas que serão implantadas no novo governo. Segundo ele, Lula pode mudar só dois ou três ministros até o fim do ano.
- A pressa não é do presidente. O presidente não tem aquela visão de iniciar o governo com seu Ministério totalmente composto. Pode ser que até o fim de dezembro ele tenha dois ou três ministros modificados. Depois, ao longo do mês de janeiro, vá se compondo o resto do Ministério. É provável que sejam nomeados alguns ministros no fim de janeiro e começo de fevereiro, adequando o ritmo político de formação do governo à própria composição da coalizão e ao respaldo parlamentar que ela deve ter - disse.
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