• Carregando...

O ministro da Justiça, Tarso Genro, comprometeu-se com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a apresentar até junho a proposta do PAC da Segurança - um pacote de medidas para reduzir a violência nas regiões metropolitanas, apresentado como um dos quatro eixos do Programa de Aceleração do Crescimento. Os outros três são desenvolvimento econômico, infra-estrutura e educação.

Subchefe de articulação e monitoramento da Casa Civil e secretária-executiva do PAC, Miriam Belchior disse ao G1 que o projeto para conter a violência nas regiões metropolitanas não prevê apenas soldados e metralhadoras, mas também integração com as áreas sociais do governo.

"São ações com apoio maior para a juventude, para tentar ter alternativa para os jovens frente à droga e ao crime. E ações de caráter urbano", afirmou Miriam Belchior, primeira mulher do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), assassinado em 2002, e uma das mais próximas assessoras de Lula.

Segundo a secretária do PAC, o ministro Tarso Genro tem realizado reuniões com ministros da área social para definir de que forma os programas de investimento em infra-estrutura e os sociais podem ser integrados.

Vigora no governo a certeza de que além de ações para mudar fisicamente o cenário degradado, são necessários projetos para modificar também as atitudes das pessoas, no âmbito das relações sociais.

"A gente acha que, ao melhorar o espaço em volta, é possível melhorar o convívio e, portanto, a questão da violência. Quando se urbaniza uma favela, lá entra carro de polícia, por exemplo. Se não se urbaniza, não entra. Além disso, com a urbanização, entra correio, lixo, gás e bombeiro", afirmou.

Mudança de hábitos

Para a subchefe da Casa Civil, além de mudanças físicas, as comunidades urbanas precisam de mudanças nos hábitos.

"A avaliação é de que não é só um problema de segurança, mas também um problema de violência. Violência nas relações pessoais, do vizinho com outro", disse Miriam Belchior.

Para ela, o ambiente nas regiões metropolitanas, especialmente, está tão truncado que às vezes um cidadão briga com seu vizinho porque ele não varreu a calçada ou porque varreu a calçada para o lado errado.

"É uma coisa sobre a qual você conversaria, mas se vai para briga, eventualmente para tiro. Não é só segurança pública strictu sensu, mas o ambiente das pessoas. E a gente tem de lidar com essa lógica."

"Olhar do presidente"

No governo desde 2003, Miriam Belchior coordena com os ministérios do Planejamento e da Fazenda todas as ações do PAC.

"Na hora em que forem lançadas medidas de educação, social e segurança nósvamos monitorar. Eu vou continuar na mesma tarefa, fazendo - como a gente brinca - que as coisas saiam. Eu vou continuar trabalhando nisso: de ser o olhar do presidente sobre as prioridades, para que ele possa apresentar ao país o governo que quer fazer."

Miriam Belchior afirma que o Bolsa-Família teve sobre os pobres das regiões metropolitanas o mesmo impacto que teve sobre os moradores de áreas rurais.

"O objetivo do Bolsa Família era reduzir a pobreza. Ele teve impacto em várias regiões, mas certamente o impacto dele não é tão importante quanto no Nordeste. Os custos de sobrevivência numa região metropolitana como São Paulo, por exemplo, são muito mais altos que no interior do país ou mesmo no Nordeste. O impacto do Bolsa Família não tem a mesma força em um lugar e no outro."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]