Depois de participar de um congresso de agricultura familiar em Luziânia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma rápida entrevista, em meio a uma chuva forte, na qual garantiu que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, está prestigiado. Indagado sobre o futuro de Palocci no governo, Lula respondeu que o ministro está firme no cargo.

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'Ele está mais firme do que nunca', disse Lula, que respondeu negativamente com a cabeça a uma outra pergunta, sobre se Palocci deixaria o governo.

Pouco antes, ao depor na Comissão de Tributação e Finanças da Câmara, Palocci afirmou que a sua permanência no cargo estava nas mãos do presidente Lula:

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- Vou colaborar com o presidente até o momento que ele achar que estou ajudando, a ele e ao país.

Segundo informações procedentes de Brasília divulgadas na manhã desta terça-feira, Palocci foi ao Congresso na condição de ministro demissionário.

MercadoAs notícias sobre a saída do ministro e sua possível substituição pelo senador Aloízio Mercadante (PT-SP) fizeram a bolsa cair e levaram o dólar a subir mais de 2% no período da manhã. Neste momento, a moeda americana reduziu o ritmo de valorização e a bolsa passou a subir.

No Congresso, Palocci defendeu veementemente a política econômica atual, reafirmando que a rota não deve ser alterada, mas disse que ela pode ser seguida sem ele.

- Não estou acima das avaliações. Acima das pessoas estão as políticas. Mais importante do que a presença de um ministro é a política, que não pode mudar. Estou empenhado em melhorar e avançar na política econômica - afirmou Palocci.

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O presidente Lula - que teve forte queda de popularidade na última pequisa CNT/Sensus, divulgada hoje - disse ontem que não mudará a política econômica e usou um discurso oficial para citar e elogiar o ministro da Fazenda. Mas, ao mesmo tempo, foi enfático ao dizer que a política econômica é "do governo e não do ministro Palocci" e que há espaço para divergências, numa referência à disputa entre Palocci e a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sobre o aprofundamento ajuste fiscal.

Por outro lado, Lula recomendou que efetivamente sejam gastos todos os recursos previstos no Orçamento para investimentos ainda este ano.

Palocci disse que o modelo de responsabilidade fiscal, câmbio flutuante e metas de inflação é o melhor disponível.

- Estou fortemente vinculado ao projeto que faço. Vou me dedicar integralmente a esse projeto - disse.

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Palocci disse que Lula tenta fazer as coisas certas de modo a beneficiar as classes mais baixas.

- O presidente Lula tem afirmado muito fortemente as decisões do seu governo. Durante esses três anos ele olhou com atenção a política econômia e buscava os aspectos que se refletiriam na vida das pessoas mais pobres - disse.

O ministro disse que concorda sobre a necessidade de se estar aberto a novos mecanismos de desenvolvimento, mas considerou que "as questões fiscal, cambial e monetária são muito básicas", e lembrou que o Brasil já testou, sem sucesso, outros modelos.

Segundo o ministro, o presidente Lula lidera o governo de maneira absoluta e tem reafirmado que a política econômica "é essa que está aí".

Palocci lembrou na Câmara que o presidente Lula também tem afirmado que não fará nenhum tipo de aventura econômica e fiscal em função das eleições do próximo ano.

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- O Brasil não pode ter crise em todas as eleições. O Brasil não conseguirá resistir se todas as eleições forem palco de uma crise - afirmou, acrescentando que as declarações de Lula são muito importantes, pois visam a estabilizar mercados e cidadãos.

Segundo ele, o país tem maturidade para fazer um forte debate que não comprometa a estabilidade do país.

Algumas das declarações de Palocci nesta terça-feira já estão sendo interpretadas por alguns parlamentares como uma despedida do governo, apesar de, mais cedo, o ministro de Relações Instituticionais, Jacques Wagner, ter afirmado que Palocci tinha um papel insubstituível e que ficaria no governo até o fim.

- Não é verdade que o ministro pediu demissão - afirmou Wagner, lembrando que na segunda-feira Lula prestigiou Palocci ao dizer que a política tocada por ele é a que vale.

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