Alvo de vaias no ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, favorito nas pesquisas de intenção de votos para a reeleição, recebeu desta vez muito mais aplausos ao chegar à tribuna presidencial, na Esplanada dos Ministérios, para assistir ao desfile de Sete de Setembro. Este ano, a organização adotou a estratégia de afastar o público comum do presidente, ao deixar ao longo de dois setores ao lado camarote da Presidência, apenas convidados. Quando Lula chegou foi possível ouvir vaias nas primeiras arquibancadas, após as tribunas de autoridades, mas nada muito significativo e que se compare ao ano anterior, quando o escândalo do mensalão estava no auge.

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Enquanto o presidente acompanhava o desfile, do outro lado da Esplanada, cerca de 500 manifestantes, representantes dos mais diversos movimentos sociais, protestavam contra corrupção, política econômica, falta de reforma agrária, entre outros temas. Os manifestantes carregam faixas com os dizeres: "Só se comemora independência com justiça social" ou "Água e energia não são mercadoria".

Acompanhado da primeira-dama, Marisa Letícia, o presidente chegou em carro aberto à Esplanada, por volta das 9h, à Esplanada. Após fazer a revista da tropa, com a salva de 21 tiros, convidou a criança Amanda Almeida, de 1 ano e dez meses, portadora de síndrome de down, para assistir o desfile na tribuna presidencial. A mãe de Amanda é funcionária da Secretaria de Direitos Humanos. Também assistiram o desfile, ao lado do presidente, seus netos Tiago e Douglas. Davi, neto do vice-presidente José Alencar, também estava presente. Entre as crianças, estava o primeiro astronauta brasileiro Marcos Pontes, que vestia um macacão semelhante ao utilizado no espaço.

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As cinco tribunas para os convidados da Presidência ficaram lotadas, por servidores, parentes de civis e militares, familiares das pessoas que desfilam e movimentos sociais. Entre as autoridades presentes, estavam o presidente do Senado, senador Renan Calheiros, o presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo, e o governador interino do Distrito Federal Fábio Barcellos. A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Ellen Grecie, não compareceu ao desfile.

O governo gastou cerca de R$ 2 milhões para a realização da parada do 7 de Setembro. O desfile deste ano contou com a exposição de dois aviões caça Mirage, recém importados da França. No total, foram 14 eronaves e cerca de 3 mil pessoas desfilando. A estimativa de público da Polícia Militar, inicialmente de 40 mil pessoas, foi revista para 30 mil.

Segundo o Palácio do Planalto, foram montadas arquibancadas cobertas para 20 mil pessoas, tablados para portadores de necessidades especiais, além de cinco tribunas para convidados. Mas muita gente preferiu ocupar os gramados ou ficar junto às cercas para ver de perto o desfile, que terminou com a tradicional apresentação da esquadrilha da fumaça.

O tema das comemorações este ano foi a diversidade cultural. Além dos 2 mil militares, desfilaram 2 mil estudantes do Distrito Federal e grupos de folclore. Uma réplica do avião 14 Bis, inventado pelo cientista brasileiro Santos Dumont, também fez parte do desfile este ano, quando comemora-se o centenário do vôo.

No ano passado, depois de ser vaiado, Lula foi recebido com aplausos e músicas da campanha por petistas convidados para o desfile. Ao longo da Esplanada, havia algumas faixas de protesto contra a corrupção, que rivalizaram com outras de apoio a Lula também abertas na área do desfile.

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