O presidente Luiz Inácio Lula da Silva responsabilizou os governos dos últimos 30 anos pela situação em que a juventude se encontra hoje em dia. Ao mesmo tempo, ele voltou a criticar a redução da maioridade penal, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na semana passada.
- Se essas pessoas (os jovens) ficaram deserdadas este tempo todo, muito mais do que aumentar o castigo, temos de estender a mão e descobrir as palavras concretas para que elas voltem a ter utopia - afirmou o presidente durante reunião do Conselho Nacional da Juventude, no Palácio do Planalto.
Lula afirmou que há um "estoque incomensurável" de jovens que são vítimas dos governos.
- Temos um estoque incomensurável de jovens que são vítimas dos descasos que ao longo dos últimos 30 anos o Estado dedicou ao conjunto do Estado e, sobretudo, aos jovens.
Para o presidente, os governos anteriores não apostaram na educação.
- Isso é estranho quando se percebe que algumas pessoas querem reduzir a maioridade penal sem pensar em como punir os governantes.
Ao citar a incompetência de governos anteriores em lidar com a juventude, de forma indireta Lula acabou criticando atuais aliados seus, como os ex-presidentes José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor de Mello (PTB-AL).
Lula afirmou que discutir soluções para os problemas da juventude significa também discutir a família. Ele lembrou que sua família era pobre e que sua mãe conseguiu criar sozinha os oito filhos, tornando-os cidadãos. Para ilustrar a influência da mãe em sua formação, o presidente confidenciou que, na juventude, teve a intenção de furtar maçãs na feira, mas não o fez para não causar vergonha a dona Lindu, sua mãe.
- Eu passava na feira e tinha uma vontade de pegar maçãs argentinas, mas nunca fiz porque tinha medo da vergonha que minha mãe ia passar por eu pegar uma coisa que não era minha.
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