No discurso de posse que fará nesta tarde no Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai reforçar seu compromisso de um crescimento vigoroso e acelerado para avançar no desenvolvimento, sem descuidar da estabilidade do rigor fiscal, segundo reportagem do jornal "O Globo" publicada nesta segunda-feira. Sem o clima de lua de mel com a população que marcou a primeira posse, o discurso de hoje no Congresso deve fugir de temas como o combate à corrupção, reformas e mudanças do modelo econômico. No discurso de quatro anos atrás, Lula usou a palavra mudança 12 vezes, no sentindo de que era a palavra chave para marcar o início de uma nova era na administração do Brasil.
"Mudança: esta é a palavra chave, esta foi a grande mensagem da sociedade brasileira nas eleições de outubro. A esperança, finalmente, venceu o medo e a sociedade brasileira decidiu que estava na hora de trilhar novos caminhos", disse Lula em 2003.
Lula dirá que pretende ter como marcas de seu governo a melhoria da qualidade na educação e a ampliação das oportunidades de emprego. E, numa abordagem que não estava prevista inicialmente, assumirá o compromisso de aprofundar a cooperação com os estados para combater a violência - o que já prometera ao tomar posse em 2003 e não cumpriu efetivamente. Poderá, inclusive, fazer referência aos ataques do crime organizado no Rio de Janeiro, semana passada.
Chuva pode atrapalhar festa da posse
A Polícia Militar estima que haja cerca de 10 mil pessoas em toda a Esplanada dos Ministérios para acompanhar a posse. Apesar da chuva, cerca de 500 pessoas estão concentradas em frente ao Palácio do Planalto com bandeiras, faixas e cartazes em homenagem ao presidente. A maior parte do público usa guarda-chuvas para se proteger da chuva fina que cai em Brasília. O programa original da cerimônia de posse previa que o presidente Lula, depois de ser empossado no Congresso, percorresse a rampa do Planalto. A subida, porém, pode ser cancelada se continuar chovendo. O discurso no parlatório, entretanto, está mantido porque foi instalado um toldo sobre o local preparado para o pronunciamento de Lula.
A chuva também deve prejudicar a festa popular prevista para a Praça dos Três Poderes, prevista para a noite. Cerca de 300 ônibus com gente de pelo menos cinco estados eram esperados em Brasília para a festa.
O PT pediu ajuda a todos os militantes, amigos e simpatizantes da legenda, que moram no Distrito Federal e Entorno para que ofereçam hospedagem a pessoas que vierem de outros estados para festa de posse e não tenham onde ficar. O partido também informou que os militantes poderiam acampanhar num ginásio na área da Granja do Torto.
Três governadores não devem participar da cerimônia
Dos treze governadores previstos na posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, três não devem comparecer à cerimônia, a julgar pela decisão do cerimonial, que não lhes reservou lugar. São eles Ana Júlia Carepa, do Pará, Blairo Maggi, do Mato Grosso, e Yeda Crusius, do Rio Grande do Sul. A tucana Yeda Crusius disse que viria à posse, mas não há lugar reservado para ela.
Solenidade sóbria e simples
Lula e o vice José Alencar tomam posse em cerimônia simples, sem presidentes estrangeiros. O presidente não dará posse coletiva aos ministros, que ficam na Esplanada até a reforma ministerial, no início de 2007. O presidente deverá fazer a reforma só em fevereiro, após as eleições para presidência da Câmara e do Senado. Dos mais de 30 ministérios e secretarias nacionais, o presidente deve pôr ao menos 12 na mesa de negociação com os partidos aliados que formam o governo de coalizão.
O presidente fará dois discursos: no Congresso, para políticos e convidados, e no Parlatório do Planalto, para o povo. Não haverá coquetéis ou jantar.
- O presidente pediu uma posse sóbria e forte politicamente - disse o coordenador do evento, Cézar Alvarez.
Chanceler italiano é única autoridade estrangeira
O ministro de Assuntos Exteriores da Itália, Massimo D''Alema, cumprimenta o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que toma posse nesta segunda-feira - EFEO chanceler e vice-primeiro-ministro da Itália, Massimo DAlema, será a única autoridade estrangeira presente. O italiano é convidado do presidente e não estará representando seu país. Ele e Lula têm laços de amizade devido à militância de esquerda.
O governo deve gastar pouco mais de R$1,1 milhão na festa. Haverá um show na Praça dos Três Poderes e convidados especiais: parceiros e beneficiários de programas do governo, como Bolsa Família, Pronaf e Luz para Todos.
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