Governo admite fazer concessões para aprovar CPMF
Em reunião de coordenação política nesta segunda-feira (22), o governo admitiu ceder e fazer concessões para conseguir aprovar a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011.
Presidenciáveis querem manter a CPMF, afirma Lula
Com o canal aberto de negociação com o PSDB para prorrogar a CPMF até 2011, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma provocação e disse que quem deseja sucedê-lo em 2010 não pode ser contrário ao tributo.
"Eu estou convencido de que todos os governadores do Brasil são favoráveis, todos. Todos aqueles que estão pensando em ser presidente a partir de 2010 querem que seja mantida a CPMF", disse Lula em entrevista a jornalistas nesta quinta-feira (25).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira não ter nenhuma duvida de que o Senado seguirá os passos da Câmara a aprovará a CPMF. A declaração foi dada no Rio de Janeiro, onde o presidente foi visitar um centro de pesquisa da Petrobras.
Segundo Lula, o governo encaminhará ao Congresso uma proposta de reforma tributária para compensar a prorrogação da CPMF até 2011.
- A reforma será uma oportunidade para que os congressistas possam fazer os ajustes na política tributária que melhor atenda aos interesses do país - destacou.
Segundo o presidente, caso a CPMF não seja aprovada, o governo terá de encontrar outros caminhos para manter a arrecadação de tributos:
- Todo brasileiro sabe muito bem que nenhum país pode prescindir de um imposto que lhe garante R$ 40 bilhões no orçamento anual sem criar um outro imposto - adiantou.
Lula disse não acreditar que o Senado aja em favor de seus interesses políticos, ou de olho nas eleições de 2010.
- Não acredito que exista qualquer senador, seja porque não gosta do presidente ou tenha pretensões políticas para 2010, que votará contra a CPMF para prejudicar o governo. Quem sairia prejudicado não seria o governo, mas sim o país - revelou.
O presidente também elogiou a situação atual da economia do país. Segundo ele, o Brasil vive um momento especial, com crescimento uniforme, criação de empregos e aumento da renda média da população.
- O país não pode desperdiçar essa oportunidade como já fez em outras ocasiões. Eu tenho dito que este é o século do Brasil - ressaltou.
Lula também mencionou as reservas cambiais recordes, atualmente em torno de US$ 165 bilhões.
- Nenhum economista jamais imaginou isso. Essas reservas nos dão garantia, tranqüilidade e a mobilidade necessária para que possamos administrar melhor o país - destacou.
O presidente completou:
- A crise no mercado imobiliário americano não passou por aqui. Ela tentou chegar, bateu nos arrecifes que nós temos espalhados pelo litoral brasileiro e foi embora para outro lugar.
Lula visitou o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes), na Ilha do Fundão, Zona Norte do Rio de Janeiro. Acompanhado do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e dos ministros Nelson Hubner, de Minas e Energia, e Sergio Rezende, da Ciência e Tecnologia, o presidente esteve na primeira unidade-piloto brasileira para testes de produção de bioetanol, que representa a segunda geração dos biocombustíveis.
Obtido de resíduos agroindustriais, principalmente do bagaço de cana-de-açúcar, o bioetanol será produzido com as mesmas características do combustível feito diretamente da cana. O centro de produção é resultado de parceria do Cenpes com a empresa Albrecht.
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