Dizendo-se traído e indignado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um improviso no fim de seu pronunciamento à nação para pedir desculpas ao povo brasileiro em nome dele e do PT e fazer um apelo para que a sociedade não perca a esperança, apesar da situação que o país vive.

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Lula disse no discurso, de cerca de dez minutos, que, se dependesse dele, todos os responsáveis já teriam sido punidos e lembrou que afastou desde o primeiro momento os integrantes de seu governo envolvidos nas denúncias de um esquema de financiamento de campanha.

Olhando para a câmera fixamente e não escondendo o nervosismo, o presidente fez um pedido de desculpas meio envergonhado, recorrendo à primeira pessoa do plural para se dirigir ao povo brasileiro.

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- Quero dizer ao povo brasileiro que não tenho vergonha de dizer que temos que pedir desculpas. O PT tem que pedir desculpas. O governo, onde errou, tem que pedir desculpas porque o povo, que tem esperança no país, não pode em momento algum ficar satisfeito com a situação que vivemos. Quero dizer a vocês para não perderem a esperança. Sei que vocês estão indignados e eu certamente estou tão ou mais indignado que qualquer brasileiro. Tenho certeza que posso contar com o povo brasileiro - disse Lula, no fim de seu discurso, deixando a parte escrita e falando de improviso, que parecia ter ensaiado previamente.

O presidente disse que está consciente da gravidade da crise política e que fundou o PT, na década de 80, como forma de "moralizar as campanhas eleitorais e tornar cada mais limpa a disputa eleitoral". Nesse momento, Lula disse que continua fiel a esses ideais.

- Eu me sinto traído por práticas inaceitáveis das quais nunca tive conhecimento. Sinto-me indignado pelas revelações que aparecem todo dia e que chocam a população. Não mudei e tenho certeza de que a mesma indignação que sinto é partilhada pela população.

Em seguida, o presidente falou da punição de petistas envolvidos nas denúncias.

- Se estivesse a meu alcance já teria identificado os responsáveis. Determinei desde o início que ninguém fosse poupado.

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O presidente defendeu uma reforma política para que novos escândalos de corrupção não aconteçam.

- O Brasil precisa corrigir seu sistema político-eleitoral - disse.

Segundo o presidente, "é necessário punir corruptos e corruptores", mas também tomar "medidas drásticas para o futuro". Lula advertiu que a crise política não pode trazer problema para a economia, citando a geração de empregos e política social.

Lula disse ainda ter certeza que seu governo avançou e que "o povo saberá perceber a mudança".

- O país está mudando para melhor. Esse país não pode parar e tenho certeza que esse é o desejo da sociedade brasileira.

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Lula pediu aos ministros que trabalhassem com mais afinco para que o governo não paralise diante da crise política.

- Temos que arregaçar as mangas - afirmou.

Ao saudar os novos ministros, disse:

- Vocês estão entrando num governo que, apesar das dificuldades, fez o Brasil retomar o caminho do progresso e da justiça social. Num momento que voltamos a crescer, com inflação baixa, gerando empregos no campo e na cidade.O presidente continuou.

- E o que mais me orgulha, pela minha história e pelo compromisso que eu tenho com a gente da minha terra, é a retomada da oferta de trabalho, com 104 mil novas vagas formais por mês.

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