A Operação Aletheia deflagrada na sexta-feira pela Polícia Federal coloca um ponto final na carreira do ex-presidente Lula?
Não tem como Lula retomar a sua carreira e a sua pré-candidatura em 2018. O Lula não foi destruído pelos acontecimentos, mais foi duramente arranhado na sua imagem. Na pesquisa Datafolha divulgada no último fim de semana, ele já caiu para o terceiro lugar, superado pelo Aécio Neves (PSDB) e a Marina Silva (Rede). Nas próximas pesquisas, vamos ver o Lula caindo ainda mais nas preferências para 2018. Ele também tem um nível altíssimo de rejeição. Então, Lula se tornou um candidato inviável para 2018 e o PT não tem outro candidato viável para essa eleição.
Como fica o PT com a principal figura do partido sendo alvo da Lava Jato?
O PT não foi destruído definitivamente, mas foi parcialmente destruído sim. A previsão é que o PT vai eleger muito menos prefeitos e vereadores que em 2012. Além disso, tem essa janela para a troca de partidos até 19 de março. Na primeira semana, vários deputados do partido já trocaram de legenda. Temos mais três semanas pela frente. Nesse tempo, vamos ver mais deputados do PT trocando de legenda e talvez três ou quatro senadores saindo do partido e indo para outras legendas. Também vai ter uma onda de prefeitos do PT trocando de legenda para tentar a reeleição em outubro.
Com todos esses fatos, o senhor acredita que o PT acaba?
Não acaba, mas encolhe bastante. E tem outro fator: vamos ver vários deputados que, talvez, não saiam do PT, mas que também não vão aprovar mais nada da presidente Dilma Rousseff na Câmara . A Dilma é o que a gente chama na expressão em inglês de “pato manco”. O mandato dela praticamente acabou, no sentido que ela não tem condições de aprovar mais nada no Congresso.
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