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 | Ricardo Stuckert/ Instituto Lula/Fotos Públicas
| Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula/Fotos Públicas

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda Dyogo Oliveira e o ex-ministro Gilberto Carvalho serão ouvidos pela Justiça Federal de Brasília como testemunhas do lobista Alexandre Paes dos Santos, o APS, um dos presos na Operação Zelotes.

APS é acusado de envolvimento na venda de medidas provisórias em benefício do setor automotivo. A operação da PF também investiga um esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão ligado ao Ministério da Fazenda, responsável por julgar recursos a multas aplicadas pela Receita Federal.

Um dos alvos da Zelotes é o empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula. Uma de suas empresas, a LFT Marketing Esportivo, recebeu R$ 2,5 milhões de outro lobista suspeito de participação no esquema.

O depoimento de Lula, solicitado pela defesa de APS e autorizado pelo juiz Vallisney Oliveira, 10ª Vara Federal, em Brasília, foi marcado para o próximo dia 25.

ESTRATÉGIA

A inclusão do nome do ex-presidente Lula faz parte da estratégia da defesa em ouvir o maior número possível de personagens envolvidos na suposta compra de medidas provisórias durante o governo do petista.

Advogado de APS, Marcelo Leal adiantou que vai recorrer da decisão que vetou parte dos depoimentos pedidos pela defesa.

“Meu cliente é acusado de cinco crimes, entre eles a suposta compra e venda de MPs. O filho do ex-presidente é apontado como beneficiário. Então, quero, sim, que sejam ouvidos o presidente Lula, o ex-ministro Gilberto Carvalho e líderes partidários que participaram das votações das MPs”, adiantou.

Segundo Leal, ele tem direito a apresentar oito testemunhas para cada fato relatado na denúncia. “É absurdo meu cliente ser apontado como participante de uma série de fatos e eu não poder requerer depoimentos de todos os demais envolvidos”, criticou o advogado.

Ao todo, Santos requereu o depoimento de 69 testemunhas, mas o juiz, só autorizou 12, entre eles, o do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA).

O juiz Vallisney Oliveira disse que as 12 testemunhas “seria um número razoável para que o réu possa exercer plenamente sua defesa” e esclareceu que, como são 16 réus acuados, cada um com possibilidade de apresentar no mínimo oito testemunhas e no máximo 12, o total de ouvidos poderá chegar a 192 testemunhas.

O magistrado, no entanto, disse que as 69 testemunhas lançadas pelo lobista poderão se apresentar espontaneamente.

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