O presidente não escondeu a satisfação pelo aumento de sua popularidade| Foto: Adriano Lima/Futura Press

São Paulo - Enquanto os chiados da oposição sobre uma atitude mais rígida quanto ao possível grampo da Abin em telefonemas do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, começavam a fazer eco no Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorava, ontem, o resultado da pesquisa Datafolha sobre seu índice de popularidade recorde (49%) na cidade de São Paulo. Lula subiu no palanque em Santo André (Grande SP) do candidato a prefeito pelo PT, Vanderlei Siraque.

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Durante o discurso, em resposta à disputa para a exploração de petróleo no pré-sal, Lula disse que "esse petróleo não é de nenhum Estado" e que a prioridade é a exportação de derivados.

"Não sou de comentar pesquisa, mas hoje (ontem) estou prazerosamente feliz porque, depois de apanhar cinco anos da própria imprensa que me bate, vejo uma manchete sobre o sucesso e a credibilidade de nosso governo", disse Lula.

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O presidente se referiu ao ano de 2005, marcado pelo escândalo do mensalão, como sendo um ano "difícil", em que "nós (o PT) fomos até acusados de ter matado o Celso Daniel (ex-prefeito de Santo André assassinado em 2002)".

Lula disse que o período foi "uma provação de Deus" e que as denúncias vinham de "uma oligarquia política desse país que governava há 500 anos e que não conseguia resolver os problemas".

Sobre as discussões acerca do pré-sal, Lula voltou a afirmar que o Brasil deve se concentrar em exportar derivados de petróleo, que têm maior valor agregado, no lugar de vender óleo cru no mercado internacional.

O presidente utilizou a popularidade em alta para "puxar" votos para o candidato do partido. Se eleito, Siraque será o terceiro prefeito petista consecutivo e completará 20 anos de governo do partido na cidade. O atual prefeito, João Avamileno, foi secretário de Celso Daniel e assumiu o cargo depois de seu assassinato, tendo sido novamente eleito em 2004.