Diante da crise que envolve o PT e a cúpula do Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou nesta segunda-feira (29) para o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, citado na delação premiada de Ricardo Pessoa, dono da UTC, e pediu uma análise do real cenário para o governo com os novos desdobramentos da Operação Lava Jato.
Após ter feito críticas abertas à gestão da presidente Dilma Rousseff e à própria sucessora, Lula reconheceu que a crise chegou a um ponto delicado para os petistas e disse a Mercadante que é hora de governo e partido agirem juntos para reconstruir a imagem de Dilma e do PT.
O ex-presidente está em Brasília e vai se reunir ainda nesta segunda com as bancadas petistas da Câmara dos Deputados e do Senado, em um jantar com os parlamentares. Ali, deve pedir união à bancada em torno do governo e uma defesa mais enfática do partido diante do que ele e Dilma chamam de “vazamento seletivo” das informações da Operação Lava Jato, que apura o esquema de corrupção na Petrobras.
Durante a tarde, Lula também se reuniu com o marqueteiro João Santana, que tem passado os últimos meses na Argentina para fazer a campanha de José Manuel de la Sota, pré-candidato presidencial.
A vinda de Santana ao Brasil já estava marcada com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, para falar sobre o programa do partido, que irá ao ar em agosto. Petistas querem convencer o marqueteiro a fazer o programa, mas ele estará na reta final do seu trabalho no país vizinho e ainda resiste.
A viagem de Lula a Brasília para encontro com Mercadante, Santana, parlamentares e dirigentes do PT acontece enquanto Dilma está em viagem oficial aos Estados Unidos.
Lava Jato
Em seus depoimentos, Ricardo Pessoa confessou que pagou propina para fazer negócios com a Petrobras e relatou encontros em que discutiu contribuições políticas com Mercadante e com o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, Edinho Silva.
A UTC deu R$ 7,5 milhões para a campanha de Dilma em 2014. Pessoa diz que fez a doação porque Edinho, então tesoureiro da campanha, sugeriu que ele poderia ter problemas na Petrobras se não colaborasse, o que Edinho nega.
O empreiteiro disse ter dado R$ 250 mil de caixa dois para a campanha de Mercadante ao governo paulista em 2010. O ministro diz ter recebido R$ 500 mil em duas doações de empresas de Pessoa, ambas legais e registradas na Justiça Eleitoral.
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