O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Senado têm pouco menos de um mês para definir quem vai substituir Antonio Fernando de Souza no cargo de chefe do Ministério Público Federal (MPF). A lista tríplice com os nomes dos candidatos a procurador-geral da República foi protocolada na noite de terça-feira, no Palácio do Planalto, pelo presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Antonio Carlos Bigonha.
Lula deve escolher o próximo procurador-geral da República e o Senado deve aprová-lo até o dia 26 de junho, data em que o atual ocupante deixa a função, depois de quatro anos no cargo. A lista tríplice é formada pelo vice-procurador-geral da República, Roberto Monteiro Gurgel; o coordenador da área criminal do MPF, Wagner Gonçalves, e a subprocuradora federal dos Direitos do Cidadão, Ella Wiecko.
Embora possa escolher qualquer um dos três nomes da lista, Lula costuma seguir a vontade da maioria dos integrantes do MPF e optar pelo mais votado pela categoria em eleições internas. Foi assim em 2003, quando escolheu Cláudio Fonteles, e em 2005 e 2007, quando confirmou Antonio Fernando de Souza. Se o presidente seguir a tradição, o substituto de Souza será Roberto Monteiro Gurgel.
Roberto Gurgel obteve 482 votos na eleição promovida pela ANPR, com 1.592 procuradores de todo o país. Gonçalves, que primeiro começou a trabalhar sua candidatura, teve 429 votos e ficou em segundo lugar. Ela Wiecko, apoiada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, obteve 314 votos e ficou na terceira posição.
Em entrevista, o vice-procurador se comprometeu, caso seja escolhido, a manter a linha "discreta" dos últimos dois chefes do MPF, marcada pela pouca exposição na mídia e pela habilidade em não polemizar investigações de calibre político.
Incerteza
O destino de Antonio Fernando de Souza ainda é incerto. Ele era cotado para assumir uma das vagas no Supremo Tribunal Federal (STF). Havia a expectativa de que Ellen Gracie trocasse sua cadeira no órgão por uma na Organização Mundial do Comércio (OMC), mas ela foi preterida para o cargo nesta semana. Eros Grau é outro que poderia deixar o STF nos próximos meses em agosto de 2010 ele completa 70 anos e obrigatoriamente precisa se aposentar.