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Ex-presidente Lula vai depor na Operação Lava Jato. | Alan Marques/Folhapress
Ex-presidente Lula vai depor na Operação Lava Jato.| Foto: Alan Marques/Folhapress

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai depor, na condição de testemunha de defesa, na Operação Lava Jato. Lula foi arrolado como testemunha pelo pecuarista José Carlos Bumlai, seu amigo pessoal e réu no processo que investiga irregularidades na quitação de um empréstimo de R$ 12 milhões feito no Banco Schahin.

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A dívida não foi paga e foi quitada depois que o grupo conseguiu um contrato de R$ 1,5 milhão com a Petrobras, para operar a sonda Vitória 10.000. Segundo Bumlai, o empréstimo era destinado ao PT e foi quitado de forma fraudulenta depois de o Grupo Schahin ter fechado contrato com a estatal – ele alega que o banco não quitou o empréstimo antes porque queria usá-lo como “refém” para obter negócios.

Nesta terça-feira (2), o juiz Sergio Moro determinou o agendamento das audiências. Na decisão, afirma que é “meramente retórica” a alegação de Bumlai de que está sendo processado por ser amigo de Lula, pois foram determinadas as condutas criminosas. “Se a imputação é ou não procedente, é questão a ser resolvida no julgamento”, afirmou o juiz.

Bumlai está preso desde 24 de novembro e, nesta terça-feira, o Supremo Tribunal Federal negou habeas corpus que pedia sua liberdade.

Foram marcados para 29 de fevereiro os depoimentos das primeiras testemunhas de acusação. As testemunhas de defesa falarão em datas posteriores.

A pedido dos advogados de Bumlai, o juiz também autorizou a solicitação de extratos das ligações telefônicas do pecuarista entre 1 de setembro e 30 de novembro de 2004 e que seja solicitadas às companhias aéreas informações sobre viagens de Sandro Tordin, ex-presidente do Banco Schahin, a Campo Grande (MS) no mesmo período.

A defesa de Bumlai afirma que o pecuarista foi constrangido a assinar o empréstimo e que Tordin foi levar na casa dele os documentos para que assinasse. Tordin não foi denunciado pelo Ministério Público Federal na ação, embora Bumlai afirme que foi chamado à sede do banco para uma reunião com Tordin e por publicitários que prestaram serviços ao PT, que lhe pediram que assinasse o empréstimo.

O juiz reviu sua decisão e rejeitou a denúncia contra Cristiane Bumlai, nora do pecuarista, que alega ter assinado o empréstimo, na condição de avalista, a pedido do sogro. O marido dela, Maurício Bumlai, foi mantido como réu.

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