O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai manter-se em silêncio sobre as acusações atribuídas ao operador do esquema do mensalão, Marcos Valério, de que o então presidente era chefe do esquema. De acordo com sua assessoria, ele decidiu não rever a decisão já tomada de não falar sobre o caso enquanto estiver sob julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Um interlocutor revelou que Lula esperava ser atacado na reta final da campanha para as eleições municipais, mas considerou que a oposição - à qual atribuiu o ataque - "passou do limite". Segundo ele, as acusações são "forçadas" em razão do período eleitoral.
De acordo com a fonte, que conversou com Lula a respeito, o ex-presidente e o PT chegaram à conclusão de que a repercussão do caso só interessa à oposição, que fará de tudo para que o assunto permaneça na imprensa até a eleição. Apesar disso, o ex-presidente não estaria preocupado com o que "ainda pode vir" até as eleições. Nesta segunda, o ex-presidente recebeu no Instituto Lula o assessor especial para Assuntos Internacionais do governo Dilma, Marco Aurélio Garcia, mas conforme a assessoria de Lula, os dois discutiram questões relativas à América Latina.
Apesar do clima tenso após as supostas denúncias de Marcos Valério, o ex-presidente manteve a rotina. De manhã, Lula gravou para as campanhas do PT em várias regiões do Brasil e, à tarde, recebeu a candidata do partido à prefeitura de Porto Velho, Fátima Cleide. Lula também gravou com o candidato a prefeito, Zé Maria do PT, de Itapecerica da Serra, que esperou longo tempo até ser recebido. "Preciso da imagem dele, pois uma pesquisa indica que 65% dos eleitores de Itapecerica votariam em quem o Lula indicar", disse. O assessor do Instituto e ex-ministro Paulo Vannucchi disse que Lula não se abatera com os ataques. "Ele está bem humorado."
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