Brasília (Folhapress) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva dedicou parte da tarde de ontem para apaziguar os ânimos da sua equipe, que nos últimos dias vem travando um duelo verbal pela imprensa.

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Primeiro, foi recebido em uma audiência reservada o ministro da Fazenda, Antônio Palocci. A seguir, em uma antecipação da agenda do presidente, Lula reuniu-se também reservadamente com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. A assessoria de imprensa do Planalto confirma as duas audiências, mas não divulgou a pauta dos encontros.

O presidente Lula já havia se encontrado com os dois ministros na quinta-feira, em uma reunião na Granja do Torto. O presidente teria pedido o fim das trocas de críticas.

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A assessoria de imprensa de Dilma Rousseff nega a informação e disse que o assunto não foi tratado no encontro na Granja.

Em entrevista dada à imprensa nesta semana, Dilma classificou de "rudimentar" a proposta de ajuste fiscal de longo prazo capitaneada pelo ministro Paulo Bernardo (Planejamento), com o apoio de Palocci. E disse que o país deveria reduzir os juros "para sair do atoleiro".

Afirmou que os juros altos minimizam o efeito da política fiscal (corte de gastos) e "enxuga gelo", pois não há diminuição significativa da dívida pública.

No Senado, as críticas da ministra deram força para que o ministro da Fazenda fosse convidado a depor na Casa no dia 22 deste mês. Para o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), as críticas da ministra acentuam a fragilidade do ministro Palocci.

"O PSDB sempre foi um defensor de primeira linha da política econômica e da figura do ministro Palocci. Não é novidade um integrante da cúpula petista atacar o ministro. Basta lembrar das constantes disputas com José Dirceu", comentou.

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Apesar de defender Palocci, Virgílio disse ter se decepcionado com o ministro pelo círculo de pessoas que ele trouxe para Brasília.