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“Duvido de que a Dilma me tire. Ela me conhece muito bem. Para me tirar só abatido a bala – e precisa ser bala forte, porque eu sou pesadão.” Carlos Lupi, ministro do Trabalho | Elza Fiúza/ ABr
“Duvido de que a Dilma me tire. Ela me conhece muito bem. Para me tirar só abatido a bala – e precisa ser bala forte, porque eu sou pesadão.” Carlos Lupi, ministro do Trabalho| Foto: Elza Fiúza/ ABr

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, disse ontem duvidar de que a presidente Dilma Rousseff o demita da pasta. Durante coletiva de imprensa, o ministro afirmou que, para tirá-lo, "só abatido a bala"."Duvido que a Dilma me tire. Ela me conhece muito bem", disse. "Para me tirar só abatido à bala – e precisa ser bala forte, porque eu sou pesadão", completou.

Lupi disse ainda ter recebido da presidente a orientação de continuar trabalhando e se defendendo das acusações. Reportagem da revista Veja desta semana afirma que três servidores e ex-servidores do Ministério do Trabalho estavam envolvidos num esquema de cobrança de propinas que revertia recursos para o caixa do PDT.

Lupi se reuniu ainda com parlamentares do PDT, seu partido, no Senado e na Câmara. O ministro relatou que recebeu sugestões de integrantes do partido para se afastar do ministério, mas que não cogita a possibilidade. "Não sairei do ministério. Não vou sossegar enquanto este assunto não estiver completamente esclarecido."

Em reunião fechada, a Exe­­cutiva Nacional do PDT e deputados e senadores do partido declararam apoio a Lupi, depois de ouvir explicações dele. O ministro conseguiu, assim, o apoio político de parte do PDT. Ainda ontem, porém, dois deputados do partido, Miro Teixeira (RJ) e Antônio Reguffe (DF), ingressaram na Procuradoria-Geral da República com um pedido para que as denúncias no Trabalho sejam investigadas pela Polícia Federal.

Sem endereço

Em meio à crise e à divisão no PDT em torno de Lupi, o ministério foi alvo ontem de uma nova denúncia: de que repassou dinheiro para uma ONG fantasma. Sele­­­cionada pelo Ministério do Trabalho para oferecer cursos de qualificação para o "arranjo produtivo da indústria do carnaval", a Associação dos Arte­­sãos e Produtores Rudi­­­men­­tares do Rio de Janeiro (Aart) não funciona em nenhum dos dois endereços apresentados. O convênio foi firmado com a entidade no dia 31 de dezembro de 2009 e totaliza R$ 3,75 milhões.

No contrato, a Aart apresenta como endereço de sua sede um apartamento em um prédio residencial na zona sul do Rio. A moradora do imóvel, que pediu para não ter a identidade revelada, disse que mora no local há 11 anos e que nunca ouviu falar sobre a associação.

Já o endereço cadastrado pela Aart na Receita Federal, também na zona sul do Rio, abriga atualmente o Programa de Artesanato do Governo do Rio de Janeiro.

Segundo Altair Bittencourt, técnico da secretaria, a Aart realmente chegou a funcionar no casarão, mas deixou o local em 2008, depois que o governo do Rio rompeu o contrato que mantinha com a associação. Ainda de acordo com ele, a Aart sempre "trabalhou direitinho, nunca apresentou nenhum problema e foi um grande parceiro do governo".

De acordo com o Portal da Transparência do governo federal, o convênio assinado entre o ministério e a Aart previa o recrutamento, seleção e capacitação de 5 mil jovens de comunidades carentes para cursos de preparação para atendimento a Escolas de Samba, blocos e demais entidades envolvidas na realização do Carnaval do Rio. O convênio terminou no dia 30 de junho deste ano.

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