Lupi: PDT tentará manter a pasta do Trabalho na reforma ministerial| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Cerca de 60 militantes do Mo­­­vimento de Resistência Leonel Brizola (MRLB) protestaram ontem contra a volta do ex-minis­­­tro do Trabalho Carlos Lupi à presidência nacional do PDT. Houve um princípio de confusão entre os integrantes do MRLB e aliados de Lupi.

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O ex-ministro havia sido reeleito presidente do PDT em convenção no ano passado, mas estava licenciado do cargo desde 2008 por ter assumido o ministério. Seu mandato vai até 2013. Mas uma ala do partido não queria que ele continusasse no comando da legenda após a onda de denúncias que o tirou do ministério.

Apesar disso, Lupi reassumiu ontem o cargo de olho nas articulações para as eleições municipais de outubro e nas negociações para manter o Ministério do Trabalho com o PDT na reforma ministerial, que deve ocorrer a partir deste mês. A pasta está sem um titular oficial desde a queda de Lupi.

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O PDT já teria fechado inclusive dois nomes para o Ministério do Trabalho, caso a presidente Dilma peça uma indicação ao partido: o deputado Vieira da Cunha e atual secretário-geral do partido, Manoel Dias.

Condições morais

A manifestação contra Lupi feita pelo MRLB foi organizada com antecedência. Em nota, a entidade argumenta que Lupi "perdeu as condições éticas e morais" de presidir o PDT. Ex-deputados da sigla e o deputado estadual do Rio Paulo Ramos participam do protesto. "Se Lupi assumir como presidente, vai ser um desastre total. Jogará o PDT no chão. Tudo o que não foi respondido e explicado nas acusações será confundido com o partido", disse o ex-deputado federal Vivaldo Barbo­­­sa antes da posse de Lupi. O grupo trabalhava para ter o deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ) como novo presidente.

Lupi foi o sexto ministro a cair no primeiro ano do governo Dilma Rousseff por estar envolvido em escândalos. A crise no Ministério do Trabalho teve início em novembro do ano passado, com a publicação de reportagens sobre irregularidades na pasta. Dias depois, Lupi foi acusado de usar, em uma viagem oficial ao Maranhão em 2009, um avião alugado por Adair Meira, presidente de uma ONG suspeita de desviar dinheiro de convênios com o ministério. O então ministro também foi acusado de embolsar diárias de viagem na qual cumpriu compromissos partidários e não oficiais. Ele anunciou que devolveria o valor.

Mas, em dezembro, revelou-se que Lupi acumulou cargos na Câmara de Deputados e na Câ­­­mara Municipal do Rio – o que é proibido por lei. Foi a gota d’água e Lupi teve de renunciar.

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