A presidente Dilma Rousseff, alvo de processo de impeachment que tramita no Senado, disse que lutará para sobreviver e que está defendendo “o princípio democrático que rege a vida política brasileira”.
Em entrevista à jornalista norte-americana Christiane Amanpour, correspondente-chefe da CNN para assuntos internacionais, Dilma argumentou que os líderes que fizeram avançar a ação contra ela são alvo de denúncias de corrupção.
A presidente citou especificamente o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), réu por corrupção e lavagem de dinheiro no STF (Supremo Tribunal Federal).
A aliados próximos, a petista já admitiu que seu afastamento temporário da Presidência se tornou “inevitável”. Dilma será afastada do cargo por até 180 dias depois que o Senado aprovar a admissibilidade do processo de seu impeachment, em votação prevista para o dia 11 de maio.
Perguntada por Amanpour se acredita que conseguirá manter o seu mandato, Dilma respondeu: “Mais do que pensar, eu lutarei para sobreviver, não só pelo meu mandato, mas pelo fato de que o que estou defendendo é o princípio democrático que rege a vida política brasileira”.
“O processo -quem é que fez o impeachment contra mim? Todos que fizeram o impeachment contra mim -os líderes, não estou falando da base- têm processo de corrupção, têm denúncias de corrupção, principalmente o presidente da Câmara”, acrescentou a presidente.
A petista afirmou ainda que “ninguém pode levar um processo de impeachment por impopularidade, porque a impopularidade é cíclica”, sobre o regime presidencialista.
“Se fosse assim, todos os presidentes ou primeiros-ministros na Europa que tiveram taxas de desemprego de 20% teriam que sofrer processo de impeachment, porque também tiveram profundas quedas de popularidade”, argumentou.
A CNN divulgou trecho da entrevista em vídeo nesta quarta. A conversa toda irá ao ar na tarde desta quinta.
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