O ex-líder do PR, Sandro Mabel (GO), reafirmou nesta quarta-feira a disposição de concorrer à presidência da Câmara, mesmo sem o apoio de seu partido e sob ameaça expressa de expulsão da legenda. Na terça-feira, o presidente nacional do PR e ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, declarou que não descartava a hipótese de expulsar Mabel caso ele levasse a candidatura adiante. Nesta manhã, Mabel entregou suas propostas de campanha à bancada do PSC, representada pelo deputado Hugo Leal (RJ), e pretende encontrar-se com os tucanos e com o PV.
A iniciativa de Mabel elevou a temperatura da Casa, diante da ameaça à candidatura do petista Marco Maia (RS) ao cargo, que tem o apoio formal de dez legendas, de governadores e do Palácio do Planalto. Uma reunião de emergência foi convocada para esta manhã entre o senador eleito Eunício Guimarães (PMDB-CE) e o deputado Valdemar Costa Neto (PR-PR), ambos integrantes das Executivas nacionais de seus partidos.
Os slogans "O sonho vence a imposição" e "A desvalorização de sempre do Legislativo ou uma Câmara forte que mostre o seu valor?" expressam os compromissos de campanha de Mabel, entregues nesta manhã. Entre eles, a garantia de que as emendas parlamentares aprovadas no Orçamento serão "empenhadas na íntegra", não podendo sofrer contingenciamento do governo, a promessa de construção do anexo V da Casa, a fim de propiciar gabinetes amplos aos deputados, e de pautar as reformas política e tributária - da qual foi relator.
Mabel repudiou as comparações de sua candidatura à de Severino Cavalcanti (PP-PE), que em 2005 surpreendeu o governo ao derrotar o candidato do PR. "Sou um administrador de empresas preparado, falo inglês, espanhol, administro um orçamento de mais de R$ 1 bilhão da empresa da minha família", afirmou, referindo-se à fábrica de biscoitos Mabel, sediada em Goiás. Por fim, ele reafirmou possuir pelo menos 130 deputados ao seu lado. Segundo ele, seus apoiadores não serão revelados por receio de sofrerem represálias.
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