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Atualizada na segunda-feira, dia 10/07, às 18h24

O empresário Luiz Antonio Vedoin, apontado pela Polícia Federal como um dos chefes da máfia dos sanguessugas, está desde segunda-feira passada prestando depoimento ao juiz Jefferson Schneider, da 2ª Vara Federal do Mato Grosso. O depoimento deve ser prorrogado por pelo menos mais dois dias. Por conta disso, o interrogatório do empresário pelos integrantes da CPI dos Sanguessugas que estão no estado, marcado para terça-feira, foi cancelado.

Segundo o vice-presidente da comissão parlamentar, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), Luiz Antônio Vedoin está contando e apresentando provas sobre tudo o que sabe da máfia acusada de vender ambulâncias superfaturadas a municípios.

- O que ele está dizendo é aterrador. É um esquema criminoso envolvendo 19 estados e de 60 a 80 parlamentares - disse Jungmann ao deixar por alguns instantes a sala onde integrantes da CPI estão interrogando a ex-assessora do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino.

Na semana passada, o procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza, enviou ao Supremo Tribunal Federal pedido para instauração de mais 42 inquéritos contra 42 deputados suspeitos de envolvimento no esquema. Se o STF aceitar o pedido do procurador-geral, chegarão a 57 os inquéritos abertos contra deputados.

No início do depoimento, que começou por volta das 17h, Maria da Penha evitou reafirmar as denúncias que fez à Polícia Federal, ao Ministério Público e à Corregedoria da Câmara. Ela se disse vítima de acusações infundadas e criticou a polícia, o MP e a imprensa.

Além de Jungmann, fazem parte da comitiva que viajou a Cuiabá o presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), o relator, senador Amir Lando (PMDB-RO). Os depoimentos são acompanhados ainda pelos senadores Sibá Machado (PT-AC) e Heloísa Helena (PSOL-AL) e pelos deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Fernando Gabeira (PV-RJ) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Os integrantes da CPI dos Sanguessugas deverão retornar a Brasília na terça-feira.

As investigações da quadrilha estão sob o comando do Supremo Tribunal Federal (STF), da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do Congresso Nacional.

O esquema foi descoberto pela operação desencadeada pela Polícia Federal que abriu mais de 140 inquéritos sobre 76 municípios, envolvendo mais de mil ambulâncias, que custavam em média R$ 100 mil. Foram expedidos mandados de prisão de servidores públicos, empresários, e assessores parlamentares.Gravações autorizadas pela Justiça indicam até a participação de deputados e senadores.

Segundo reportagem do jornal "O Globo", um relatório reservado em poder da comissão revela que 17 parlamentares também foram fisgados em comprometedoras conversas com Darci José Vedoin e Luiz Antônio Vedoin, apontados como chefes da organização acusada de vender ambulâncias e ônibus escolares superfaturados.

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