O senador Blairo Maggi (PR-MT) afirmou em entrevista coletiva nesta segunda-feira (11) que recusou o convite do governo federal para assumir o ministério dos Transportes. Segundo Maggi, ele comunicou à presidente Dilma Rousseff por telefone na tarde desta segunda-feira sua decisão. Ele justificou "impedimento legal" por conta de seus negócios empresariais para não aceitar o cargo.

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"Acabei de falar com a presidente Dilma agora. Agradeci a ela o convite que ela me fez na quarta-feira passada. Expliquei as razões de recusar o convite e obviamente me coloquei à disposição da presidente para ajudá-la em todo esse processo que está vindo. Portanto, estou a partir de hoje desobrigado dessa questão do convite", disse o senador.

Na semana passada, Maggi já havia adiantado sondagem do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para assumir o Ministério dos Transportes. Ele era cotado para o lugar de Alfredo Nascimento, que deixou a pasta no dia 6, após denúncias da revista "Veja" de superfaturamento.

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Segundo a reportagem, representantes do PR, partido ao qual pertence o ministro Alfredo Nascimento e a maior parte da cúpula do ministério, funcionários da pasta e de órgãos vinculados teriam montado um esquema de superfaturamento e recebimento de propina por meio de empreiteiras.

As atividades empresariais de Maggi acabaram pesando na decisão de recusar o convite. Maggi disse que levou em conta os negócios que mantém na área de navegação, setor regulamentado por órgãos federais que seriam comandados por ele, caso aceitasse ser ministro.

"Eu achava que tinha vários impedimentos de ordem legal. Tem essa questão da Antaq [Agência Nacional de Transportes Aquaviários]. Ela faz as concessões na área de navegações e de portos e eu trabalho nessa área. A empresa da qual faço parte trabalha nessa área e não acho que é ético alguém sentar na mesma mesa para decidir nos dois sentidos", relatou Maggi.

Ainda de acordo com Maggi, Dilma concordou com os argumentos apresentados por ele: "Coloquei isso para ela e ela falou: ‘você tem toda razão. Isso não dá para aceitar e, portanto, não tem como levar para frente o convite que foi feito’."

De acordo com Maggi, o PR irá a partir de quarta discutir oficialmente a indicação de outro nome para apresentar ao Palácio do Planalto. O senador, no entanto, não descartou a possibilidade de a própria presidente anunciar o escolhido antes mesmo de consultar o partido.

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"O PR só vai discutir esse assunto oficialmente a partir de quarta-feira. A não ser que a presidente – já que o cargo é dela – tome a decisão de indicar alguém a qualquer momento sem consultar o partido."