O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), defendeu hoje que a CPI do caso Cachoeira quebre os sigilos de todos os que tiveram contato com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. "Eu começaria quebrando o sigilo bancário, fiscal, telefônico de todos aqueles que tiveram qualquer tipo de contato com o Cachoeira, mas quem vai tomar essa decisão é o relator", disse.

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Maia voltou a negar interferência do Palácio do Planalto para blindar as investigações. "Eu pelo menos nunca fui consultado, nem fui recomendado nem pela presidenta [Dilma] nem pelo presidente Lula. Essa questão de que há interferência de A, B ou C para turbinar ou abafar a CPI faz parte da imaginação de alguns."

O deputado disse que fez um apelo aos líderes partidários para que indiquem membros da comissão que estejam dispostos a investigar -- e não transformar a comissão "numa disputa meramente política entre oposição e situação". Maia afirmou que a CPI vai "investigar em todas as direções, sem distinções ou privilégios".

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Líder do PT na Câmara, o deputado Jilmar Tatto (SP) reiterou que o Planalto, nem o ex-presidente Lula, estão manobrando para evitar que as investigações respinguem no governo. "Eu sei exatamente o que faremos na CPI. O nome que vamos indicar, o plano de trabalho. O governo não vai interferir, vocês é que não acreditam. O governo não está se metendo e os líderes do governo têm que estar preocupados com a defesa do governo, não na CPI."

Tato disse que a oposição vai fazer "marola" na comissão e os governistas vão se reunir com o relator e o presidente para traçar uma estratégia de ação. "O governo não precisa dizer para a gente o que a gente vai fazer. Não é uma CPI contra o governo."

FarpasTatto classificou de "deselegância" os ataques feitos pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ) à ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, sobre falhas na articulação política do governo. Em discurso na tribuna do Senado ontem, o petista disse que o governo está "errando muito"."Não é verdade, ele está sendo injusto com a ministra Ideli, que é uma competente articuladora, solícita, faz reuniões cotidianamente. Acho que foi uma deselegância que ela não merece", afirmou Tatto.O líder disse que seria "rebaixar muito o trabalho da CPI" usá-la pelos aliados como instrumento para pressionar o governo em troca de indicações ou liberações de verbas."