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O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), adotou tom cauteloso ao falar, nesta terça (5), das denúncias de superfaturamento em obras públicas que envolvem integrantes da cúpula do Ministério dos Transportes. Para Maia, "não há fato concreto" nas revelações feitas pela revista "Veja" em reportagem no fim de semana.

"Acho que, nas denúncias que foram apresentadas pela revista, nós não temos fato concreto. Temos uma série de ilações, mas não há uma declaração que possa ser considerada", afirmou Maia.

As denúncias publicadas pela revista já provocaram a queda de quatro integrantes da cúpula do ministério e levaram o ministro Alfredo Nascimento a aceitar acordo para prestar esclarecimentos na Câmara e no Senado nos próximos dias.

Para o presidente da Câmara, a disposição de Nascimento em falar ao Congresso pode ajudar a "esclarecer" as informações divulgadas pela revista: "Recebe a notícia pelos próprios líderes do PR de que o ministro estaria vindo ao Senado nesta semana e na Câmara na próxima semana. É bom isso, ajuda a ter clareza maior sobre as denúncias que estão sendo realizadas contra o Ministério dos Transportes e permite que a Câmara e o Senado possam questionar os fatos relativos a essas denúncias."

Depoimento

A exemplo do que combinou com os senadores, o ministro Alfredo Nascimento deve acertar uma data com a Câmara para falar aos deputados sobre as denúncias de fraudes na sua pasta. O próprio líder do PR na Casa, Lincoln Portela (MG), protocolou requerimentos em quatro comissões para que Nascimento seja convidado a falar na Casa. Ainda não há uma data definida para a audiência com o ministro.

Por ordem da presidente Dilma Rousseff, foram afastados dos cargos o chefe de gabinete do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, Mauro Barbosa da Silva, o assessor do gabinete, Luís Tito Bonvini, o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura dos Transportes (Dnit), Luís Antônio Pagot, e o diretor-presidente da estatal Valec, José Francisco das Neves.

Após denúncias de superfaturamento em obras públicas, o governo decidiu abrir sindicância para apurar o caso. Em nota, Nascimento negou que tenha sido "conivente" com supostas irregularidades ocorridas no ministério. "O Ministro de Estado dos Transportes, Alfredo Nascimento, rechaça, com veemência, qualquer ilação ou relato de que tenha autorizado, endossado ou sido conivente com a prática de quaisquer ato político-partidário envolvendo ações e projetos do Ministério dos Transportes", disse.

A reportagem de "Veja" relata que representantes do PR, partido ao qual pertence o ministro Alfredo Nascimento e a maior parte da cúpula do ministério, funcionários da pasta e de órgãos vinculados teriam montado um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por meio de empreiteiras. Em nota, o PR defendeu uma sindicância no Ministério dos Transportes.

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