O presidente da Câmara, Marco Maia, procura uma saída negociada entre governo e oposição para garantir a presença do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, para prestar esclarecimento à Casa e não assumir um desgaste político de anular a convocação do ministro aprovada na Comissão de Agricultura na semana passada.
Palocci está sendo consultado sobre as articulações, e o eventual convite a ele será em acordo com o ministro. Com as negociações em curso, não está descartado o adiamento para esta quarta-feira (8) do anúncio da decisão de Maia sobre a aprovação do requerimento de convocação.
Marco Maia e o líder do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA), depois de uma conversa pela manhã, estão em nova rodada de negociação. O líder do DEM afirmou que quer garantir a presença de Palocci na Câmara, que aceita que seja por convite em outra comissão permanente no lugar da Comissão de Agricultura mas não concorda que o regimento seja desrespeitado com a anulação da votação na Comissão de Agricultura. ACM Neto insiste que a votação valeu depois de um cochilo dos governistas.
"O que importa é um acordo que mantenha a questão regimental segura e que garanta a presença do ministro da Câmara", disse ACM Neto. "Se isso for assegurado, não vou fazer cavalo de batalha quanto a comissão. A presença de Palocci não precisará ser na de Agricultura", completou o líder de oposição.
Assessores regimentais consideram que qualquer que seja a saída técnica procurada por Maia para anular a votação da convocação será ruim para a instituição. A anulação criaria um precedente de desautorizar o presidente de uma comissão permanente. Além disso, é questionável o fato de 29 deputados da comissão terem assinado posteriormente um documento dizendo-se contrário à aprovação do requerimento e pedindo a anulação do resultado, se as imagens do dia da reunião mostram que alguns deles não se manifestaram durante a votação.