Brasília (Folhapress) A possibilidade de proibição do comércio de armas e munições no país foi rejeitada ontem na maior consulta popular já realizada no país. Os primeiros boletins divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após as 20 horas indicavam que a ampla maioria dos quase 100 milhões de pessoas que compareceram às seções eleitorais daria a vitória ao "não" por ampla maioria.
Às 23 horas, com 98% dos votos apurados, o "não" vencia com 64% (58.213.285 votos), contra 36% (32.896.449) do "sim", e o índice de abstenção era de 21,71%, o menor das três consultas populares realizadas no Brasil. Havia ainda 1,68% de votos nulos e 1,40% em branco.
A expectativa do TSE era que, à meia-noite, quase a totalidade dos votos já estaria contabilizada.
Confirmada a vitória do "não", o comércio de armas continuará permitido, mas com as restrições que já estão em vigor. Quem quiser comprar arma terá de preencher requisitos como ter mais de 25 anos, declarar efetiva necessidade, provar ocupação lícita, residência certa, ausência de antecedentes criminais, capacidade técnica e aptidão psicológica para manusear a arma.
Durante toda a campanha, os defensores do "não" argumentaram que o veto a esse comércio iria cercear direitos individuais. Já o bloco do "sim" insistiu na tese de que a proibição poderia levar à redução das mortes por armas de fogo. Mas a crítica à falta de investimentos em segurança pública uniu as duas frentes.
Na campanha no rádio e TV, os artistas mais famosos do país entraram em cena para defender a proibição da venda de armas, como o cantor e compositor Chico Buarque e a atriz Fernanda Montenegro.
Das 323.368 urnas eletrônicas instaladas para receber os votos, até as 15h de ontem 1.995 (0,62%) tinham sido trocadas por outras e 146 tinham sido substituídas pelo sistema de votação em cédula de papel, de acordo com balanço divulgado pelo TSE.
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