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O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) foi considerado culpado nesta segunda-feira (1º) pelo crime de lavagem de dinheiro pela maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal do chamado mensalão. Jefferson já foi condenado, também pela maioria da Corte, por corrupção passiva.

Delator do suposto esquema denunciado em 2005, ele é acusado de ter recebido 4,5 milhões de reais do chamado mensalão. Esse valor seria parte dos 20 milhões de reais acertados em troca de apoio político ao governo no Congresso.

Jefferson teve o mandato de deputado federal cassado por conta das denúncias. Na quinta, após o anúncio da condenação por corrupção pela maioria, o ex-parlamentar se licenciou do cargo que ocupava de presidente do PTB.

Em tese, os ministros ainda podem mudar o voto até o final do julgamento, embora essa hipótese seja remota.

Segundo o ministro, Roberto Jefferson "utilizou de astúcia" para dissimular a origem de R$ 4 milhões.Jefferson denunciou o esquema em entrevista à Folha de S.Paulo em junho de 2005. Na entrevista, o então deputado federal do PTB revelou a existência de uma mesada paga aos deputados para que votassem a favor de projetos de interesse do governo.

O ministro inocentou o ex-tesoureiro do PTB, Emerson Palmieri, seguindo divergência aberta pelo revisor do caso, Ricardo Lewandowski.

Corrupção

Na última sessão, na quinta-feira, por seis votos a zero, os ministros condenaram Jefferson por corrupção passiva.

O ex-deputado, que se afastou da presidência da sigla, é acusado de receber R$ 4,5 milhões do valerioduto para votar a favor do governo no Congresso, depois de fechar um acordo em que o PT prometeu entregar R$ 20 milhões para o PTB.

Ele admitiu em depoimentos que recebeu os valores, mas afirma que desconhecia a origem ilícita dos recursos e nega ter votado a favor do governo em troca de dinheiro. Diz que as negociações com o PT faziam parte de um acordo para as eleições municipais de 2004.PMDB

Toffoli ainda votou pela condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro do ex-deputado José Borba que era do PMDB na época do escândalo. Atualmente, Borba é prefeito de Jandaia do Sul. O ministro justificou a condenação pela "comprovada aceitação" por parte do ex-deputado de R$ 200 mil do esquema.

Valdemar

Toffoli votou também pela condenação de três réus ligados ao ex-PL, atual PR. Ele considerou culpados por corrupção o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL, e o ex-deputado Bispo Rodrigues (PL-RJ) por corrupção e lavagem de dinheiro.O ministro, no entanto, os inocentou do crime da acusação de formação de quadrilha. Seguindo o pedido do Ministério Público Federal, ele votou pela absolvição de Antonio Lamas, assessor do partido. A maioria do Supremo, porém, já condenou Valdemar, Jacinto e Rodrigues por corrupção e lavagem.

"Jacinto Lamas, na condição de tesoureiro do partido, recebeu dinheiro de forma totalmente irregular e não contabilizada das empresas de Marcos Valério", disse Toffoli.

Nessa parte da denúncia, 13 réus ligados aos partidos PP, PL (atual PR), PTB e PMDB, aliados do PT no início do governo Lula, são acusados de crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

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