Com rejeição de 41,6%, Dilma não venceria no 1.º turno
Agência O Globo
A rejeição da presidente Dilma Rousseff continua sendo um empecilho para uma vitória no primeiro turno em 2014, mas a popularidade do seu governo registrou recuperação passando de 31,3% em julho para 38,1% , segundo pesquisa CNT/ MDA. Comparando com o levantamento anterior, feito em julho, a avaliação negativa caiu de 29,5% para 21,9%.
Dilma, porém, não venceria no primeiro turno as eleições de 2014, segundo o levantamento. Na pesquisa espontânea, ela fica com 16%, o ex-presidente Lula com 9,7%, a ex-senadora Marina Silva com 5,8%, Aécio Neves (PSDB-MG) com 4,7%, Eduardo Campos (PSB) com 1,6%, José Serra (PSDB) com 1%, Geraldo Alckmin (PSDB) com 0,5%, mesmo pprcentual do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa.
Rejeição
Para a CNT, o alto porcentual de rejeição da presidente Dilma impede ainda que ela vença no primeiro turno. Dilma tem 41,6% de rejeição, contra 44,7% na pesquisa anterior. "Quando baixar de 40%, a presidente Dilma cria a possibilidade de vencer no primeiro turno. A Marina é um voto bastante variado, mas não muito consistente", disse o presidente da CNT, senador Clésio Andrade.
Mas a presidente cresce no desempenho eleitoral: ela fica com 36,4% na estimulada em setembro, contra 33,4% na pesquisa de julho. Marina Silva aparece com 22,4% e Aécio Neves 15,2%. Dilma venceria em segundo turno todos os adversários: 40,7% contra 31,9% de Marina Silva; 44% contra 24,5% de Aécio Neves; 46,7% contra 16,8% de Eduardo Campos.
A pesquisa ainda avaliou o potencial de crescimento eleitoral para 2014, considerando apenas os candidatos conhecidos. A ex-senadora Marina Silva tem maior chance de crescimento, com 61,6%, contra 54,3% da presidente Dilma, 50,5% de Aécio Neves, e 42,8% de Eduardo Campos.
A maioria dos brasileiros acredita que não houve melhoras no Brasil três meses depois da eclosão das grandes manifestações de rua, de acordo com levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT) em parceria com a MDA Pesquisa, divulgada ontem. O porcentual de entrevistados que apontou que não houve melhora depois dos protestos é de 54%. Outros 42,6% acreditam que o Brasil melhorou após os protestos, e 3,4% não responderam ao questionamento.
INFOGRÁFICO: Para maioria dos brasileiros não houve melhoras no país depois dos protestos
Entre os entrevistados, 32,7% acreditam que o governo não atendeu às reivindicações das manifestações e apenas 0,6% apontaram que o governo atendeu todos os pedidos. A maioria, 63,3%, acredita que o governo atendeu algumas das demandas. A pesquisa foi feita em 135 municípios, de 31 de agosto a 4 de setembro.
A falta de projetos em áreas prioritárias, como saúde, educação e transporte, é apontada por 42,6% dos entrevistados como o maior problema administrativo da presidente Dilma Rousseff. Em segundo lugar, aparece a falta de diálogo com a população, com 14,5%. O excesso de burocracia nos órgão do governo ficou em terceiro, com 10,2%. Como maior virtude do governo, a resposta mais frequente foi a ampliação de benefícios aos mais carentes, com 48,4%. Em segundo, o combate à corrupção, com 17,3%. Também aparecem o crescimento econômico, com 6,6%, o aumento de investimentos, com 5,3%.
Popularidade
Apesar do derretimento de sua popularidade durante os protestos, a presidente conseguiu recuperar parte do terreno perdido. Conforme o levantamento, o governo Dilma é aprovado por 38,1% dos entrevistados. A avaliação pessoal do desempenho da presidente está em 58%.
A pesquisa feita em julho já contabilizava os efeitos das manifestações e apontava aprovação de 31,3% ao governo Dilma. No início de junho, logo antes da eclosão das manifestações, esse índice era de 54,2%.
Na avaliação do desempenho pessoal de Dilma, o levantamento anterior também apontava forte queda. Em um mês, sua popularidade caiu de 73,7% para 49,3%. Os índices divulgados ontem apontam uma recuperação de cerca de 20 pontos porcentuais na aprovação do governo em relação aos números pré-manifestações.
Programa "Mais Médicos"
A pesquisa CNT/MDA também avaliou a receptividade da população ao programa "Mais Médicos", que prevê a contratação de médicos estrangeiros para suprir carências de pessoal em municípios no interior do país. A medida é bastante criticada pela oposição e vem gerando forte polêmica, com restrições também de entidades médicas. No entanto, a pesquisa aponta que 73,9% são favoráveis à contratação de médicos estrangeiros pelo programa do governo. Em julho, eram 49,7% aqueles que se diziam favoráveis à medida. Além disso, metade dos entrevistados (49,6%) diz acreditar que o programa do governo solucionará "os graves problemas de saúde do país".