Maioria vota pela cassação mas deputado do PL é absolvido

Atualizada em 22/03/2006 às 21h17

O deputado Wanderval Santos (PL-SP) foi salvo pelo baixo quórum. Como eram necessários 257 votos para que fosse cassado, o parlamentar respirou aliviado quando o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, anunciou na noite desta quarta-feira o resultado da apuração: 242 votaram pela perda de mandato e 179 votaram contra. Ou seja, faltaram 15 votos para a aprovação da cassação. Houve ainda 20 abstenções e três votos em branco. Com isso, o processo contra Wanderval foi arquivado.

De acordo com o relatório aprovado no Conselho de Ética, Wanderval teria se beneficiado com o saque de R$ 150 mil de uma conta do empresário Marcos Valério no Banco Rural.

Em seu discurso de defesa, Wanderval chorou, disse ser honesto e trabalhador e classificou a argumentação do relator, Chico Alencar (PSOL-RJ), como "acusação delirante". E parece ter conseguido sensibilizar os parlamentares.

- Peço com a simplicidade dos inocentes que votem não, para rejeitar o parecer do Conselho de Ética - apelou o deputado do PL.

Ao fazer a defesa de seu relatório, Chico Alencar alegou que houve uma espécie de "servidão voluntária" e "terceirização do mandato" de Wanderval para o ex-deputado Carlos Rodrigues (PL-RJ) e para a Igreja Universal. Também acusado de envolvimento com o mensalão, o então parlamentar conhecido como Bispo Rodrigues renunciou para não correr o risco de ser cassado. O relator disse no plenário que o deputado do PL alegou que não teria se beneficiado com o saque de R$ 150 mil de uma conta do empresário Marcos Valério de Souza no Banco Rural.

- Se Wanderval não se beneficiou do saque, terceiros o fizeram. O deputado investigado deve responder pelo desvio, já que cedeu indevidamente seu assessor para realizar atividades estranhas ao exercício do mandato - explicou.

Chico Alencar lembrou que convidou diversas vezes Bispo Rodrigues para que fizesse a defesa de Wanderval Santos, mas que em nenhum momento ele demonstrou interesse de comparecer.

- Talvez pela vergonha da mentira ou para não se envolver mais - avaliou.