Mais 80 famílias de trabalhadores rurais serão assentadas na Granja Saúde, localizada em Jóia, na região noroeste gaúcha. A área, com mais de 1.100 hectares, foi considerada de interesse social para a reforma agrária, conforme decreto presidencial publicado nesta quinta-feira no Diário Oficial da União. Com isso, o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) poderá ajuizar a ação de desapropriação do imóvel, que será destinado ao sexto assentamento federal do município.

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- A área é uma aquisição muito importante para o Incra e para todos os envolvidos no Projeto de Assentamento - comemorou o superintendente regional do Instituto, Mozart Artur Dietrich. Segundo ele, o decreto mostra que a reforma agrária está avançando no estado.

Dietrich disse que até o final de outubro mais oito áreas deverão ser designadas para reforma agrária no Rio Grande do Sul, permitindo o assentamento de mais 500 famílias. A meta do Instituto é assentar 1.070 famílias no estado até o final do ano.

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O superintendente destacou que a Granja Saúde possui solos adequados a culturas anuais, à fruticultura, à silvicultura, às hortas domésticas e comerciais, e às pequenas culturas de subsistência.

- Também a pecuária leiteira, já desenvolvida pelo antigo proprietário, poderá ser ampliada na área localizada em São João Mirim, a 14 quilômetros da sede do município - disse.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) também comemorou a "grande conquista da liberação da área que mostra que vale a pena lutar pela reforma agrária".

Segundo Mauro Cibulsky, da coordenação estadual do movimento, o decreto é fruto da luta histórica, de mais de 20 ano do MST.

- Ele saiu por causa da manifestação feita pelos trabalhadores no Incra na semana passada, cobrando dos governos federal e estadual o avanço da reforma agrária no Rio Grande do Sul, aonde apenas 319 famílias foram assentadas nos últimos quatro anos - afirmou.

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Cibulsky ressaltou, porém, que com o decreto de hoje, para 80 famílias e o da área de Itacurubi, para 190 famílias, liberado na semana passada, "o ânimo volta aos trabalhadores, pois demonstra que a reforma agrária retorna à pauta no estado".

Ele disse acreditar que a partir de agora "o cumprimento das metas estabelecidas para 2006 e o assentamento das mais de 2.500 famílias acampadas há mais de sete anos no estado voltarão a ser discutidos".