Apesar de a mais nova pesquisa CNT/Sensus apontar a atual legislação apenas em terceiro lugar na lista de principais causas da violência, a maior parte dos entrevistados (81,5%) apóia um endurecimento na lei, com a antecipação da maioridade penal de 18 para 16 anos. Apenas 14,3% das pessoas foram contra a medida, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira encomendado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem se manifestanto publicamente contra a antecipação da maioridade penal. A pesquisa também avaliou o governo , a crise do setor aéreo e a economia. A maior parte dos entrevistados nunca ouviu falar do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) .

Para 90,9% dos entrevistados da 88ª pesquisa CNT/Sensus, a violência no Brasil aumentou, enquanto apenas 5,2% acreditam que ela não aumentou. Na hora de dizer qual a principal causa da violência, 24,1% das pessoas culpam a pobreza e a miséria. Em segundo lugar, com 19,1%, vem a Justiça falha. Em seguida, estão as leis brandas (15%) e a corrupção policial (11%).

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A pesquisa também mostrou que os brasileiros estão divididos em relação à pena de morte. 49% dos entrevistados se disseram a favor da pena capital, enquanto 46% afirmaram ser contra. Já 5,1% não souberam responder.

Percepção da violência é maior

O levantamento quis saber ainda como as pessoas classificam a cidade onde residem. A maioria (38,3%) a considera pouco ou nada violenta. A quantidade da população que a considera muito violenta ou violenta vem logo em seguida, com 34,8%. Já 26,1% acreditam que sua cidade é medianamente violenta.

Para o cientista político Ricardo Guedes, do Instituto Sensus, o resultado da pesquisa mostra que existe hoje uma percepção da violência maior do que a gravidade do problema em si.

- A pesquisa revela que a percepção de violência é maior do que a violência.

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O instituto quis saber também quem os entrevistados consideram responsáveis pela segurança pública. Para 34,5%, todos - governos federal, estadual e municipal - são responsáveis. Em seguida, estão apenas o governo federal (29,9%), estadual (16,7%) e municipal (12,6%).

Para 91,4%, há racismo no Brasil

A pesquisa quis saber também a opinião da população sobre racismo e preconceito. Para 91,4% dos entrevistados, há racismo no Brasil. Apenas 4,9% dizem que ele não existe. No entanto, a maioria dos que responderam à pesquisa (62,5%), nunca se sentiu discriminada.

Ricardo Guedes explicou os números discrepantes. Para ele, a percepção geral do problema no país é maior do que a sensação enfrentada na realidade.

Quando questionados sobre quais as razões da discriminação no Brasil, 14,4% dos pesquisados apontaram a condição social. A cor aparece como segunda causa, com 6,5%, seguida da religião (5,2%) e da idade (5,1%).

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A pesquisa entrevistou 2 mil pessoas em 136 municípios de 24 estados, entre os dias 2 e 6 de abril.