Quatro pessoas morreram e cinco ficaram feridas - entre elas, um policial civil e uma criança - na megaoperação que a polícia realiza, nesta quarta-feira, no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. Mais de mil policiais participam da operação, a maior realizada no complexo desde que a polícia ocupou as favelas, no dia 2 de maio.
A ocupação se deu após criminosos que seriam do Alemão terem assassinado dois policiais, em Oswaldo Cruz, também na Zona Norte. Durante a manhã desta quarta, houve tiroteio entre traficantes e os policiais que cumprem mandados de prisão e de apreensão de drogas e de armas. Na Favela da Grota, quatro suspeitos morreram numa troca de tiros com a Polícia Civil. Há informações de que a polícia apreendeu dois fuzis calibre 30.
Além dos mortos, quatro pessoas ficaram feridas. O policial Domingos Silva, de 27 anos, da Coordenadoria de Operações e Recursos Especias (Core), foi baleado na Favela da Fazendinha. Ele foi atingido na barriga e acabou sendo levado para o Getúlio Vargas, na Penha. Três mulheres também ficaram feridas. Arlete dos Santos, de 48 anos, foi atingida por uma bala perdida na região lombar. Ela estava em uma das entradas do Complexo do Alemão pela Rua Paranhos, em Ramos. A outra ferida foi Karen Cristina Baptista Borges, de 20 anos. A jovem foi ferida por estilhaços de bala no tornozelo esquerdo. Ela está sendo medicada e passa bem. Uma terceira mulher, ainda não identificada, também foi ferida por uma bala perdida. As três foram levadas para o Hospital Getúlio Vargas.
Por causa do tiroteio, três escolas municipais localizadas nas proximidades do conflito tiveram as aulas suspensas. De acordo com a Secretaria municipal de Educação, foram fechadas as escolas Afonso Varzea, Vera Saback e Casa da Criança Jardim Guadalajara 1. Durante a tarde, o Ciep Maestro Francisco Mignone também terá as atividades suspensas. Já o Ciep Gregório Bezerra, para onde foram transferidos os estudantes de diversas escolas nas proximidades do Complexo da Vila Cruzeiro, fechadas desde o início da ocupação da polícia, vai permanecer aberto normalmente.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, as forças policiais estão concentradas no 16° BPM (Olaria) e reúnem cerca de 1.200 homens das policias Civil e Militar. São agentes de várias delegacias, da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core) e de vários batalhões, incluindo o Bope da PM. Cerca de 150 policiais da Força Nacional de Segurança (FNS) também atuam no apoio à ação. Há duas semanas, quando uma operação chamada Cerco Amplo foi deflagrada, agentes da Força Nacional se juntaram ao grupo. Todas as entradas do Alemão estão cercadas. Há veículos de delegacias especializadas e três blindados - um da Core e dois do Bope - nos acessos às favelas.
Na chegada do comboio de policiais ao Alemão, traficantes soltaram fogos para avisar sobre a presença da polícia. Por volta das 10h, policiais trocaram tiros com traficantes da favela Nova Brasília. Mais de 20 pessoas já morreram nos confrontos do complexo de favelas. No último sábado, dois bandidos foram mortos pela polícia. De acordo com o comandante da unidade, coronel Marcus Jardim, os homens mortos seriam conhecidos como Branquinho e Tuba. Branquinho seria o responsável pelo disparo que matou um policial do Bope no primeiro dia da guerra na região. Uma metralhadora anti-aérea com o brasão do governo boliviano também foi apreendida. Na sexta-feirra, duas pessoas foram atingidas por balas perdidas.
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