As investigações da Operação Lava Jato chegarão agora aos ministérios do Planejamento e da Previdência. Segundo um dos delegados da Polícia Federal que integram a força-tarefa da Lava Jato, o empresário Pablo Kipersmit, presidente da Consist Informática, preso em Curitiba desde a última segunda-feira (3), disse em depoimento que pagou à Jamp de Milton Pascowitch R$ 10,7 milhões por consultoria ao Ministério da Previdência.
“O contrato foi de fachada, e Pascowitch teria facilitado os contatos da Consist com a Previdência. O que nós sabíamos, no entanto, é que a Consist tinha relações com o Ministério do Planejamento. Por isso, estamos tentando mapear a origem do dinheiro da Consist”, disse o delegado Márcio Anselmo.
Mais 9 acusados da Lava Jato avaliam fazer delação
O avanço da Operação Lava Jato e a avaliação de que há dificuldades para conseguir anulá-la na Justiça têm levado investigados que até então rejeitavam a possibilidade de fazer delação premiada a avaliar a hipótese. Essa lista inclui executivos das empreiteiras OAS, Mendes Júnior e Galvão Engenharia.
Leia a matéria completaDe acordo com as investigações que levaram Kipersmit à prisão, a PF e Ministério Público Federal sabiam que a Consist foi escolhida, sem licitação, para ser gestora do sistema de pagamentos consignados de servidores federais. A escolha ocorreu via acordo celebrado pelo Ministério do Planejamento e Gestão com a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) e o Sindicato das Entidades Abertas de Previdência Privada (Sinapp) em 2010.
Para facilitar a execução desse negócio, a Jamp repassou os R$ 10,7 milhões ao ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, entre 2011 a 2013, conforme revelou Pascowitch em sua delação premiada. O empresário admitiu que o contrato com a Consist era fictício e que o objetivo era repassar o dinheiro para o PT, que recebeu esses valores diretamente ou por emissários indicados por ele. A PF deve pedir a quebra de sigilo fiscal e bancário da Consist para esclarecer os recebimentos do dinheiro da empresa.
Nota
Em nota, o Ministério da Previdência Social informa que “todos os procedimentos relativos ao processamento do crédito consignado de aposentados e pensionistas, geridos por este ministério, são realizados exclusivamente pela Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev)”. “Por conseguinte, não existe e nem nunca foi firmado contrato, convênio ou consultoria pelo Ministério da Previdência e qualquer entidade a ele vinculada – INSS, Previc e a própria Dataprev – com a empresa citada ou outra empresa privada para a prestação desse tipo de serviço.”
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