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Número de casamentos cresce 3,6% no Brasil em 2006
O número de casamentos realizados no Brasil cresceu 3,6% em 2005 ante o ano anterior, segundo revela a Síntese de Indicadores Sociais 2007, divulgada nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maior parte dos dados do levantamento tem como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2006 do IBGE, mas no caso de casamentos, separações e divórcios, todos os números referem-se a 2005. Leia matéria completa
O número de mulheres chefes de família cresceu 79% em dez anos, passando de 10,3 milhões, em 1996, para 18,5 milhões em 2006. No mesmo período, o número de homens chefes de família aumentou 25%. É o que mostra a Síntese dos Indicadores Sociais, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio 2006 (PNAD).
De acordo com o instituto, houve um crescimento acentuado no número de mulheres casadas que assumem as rédeas da família. Esse percentual saltou de 9,1% em 1996 para 20,7% em dez anos.
Na opinião de Ana Sabóia, chefe da Divisão de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a transformação da sociedade leva a um aumento da escolha das mulheres como pessoa de referência.
- Hoje as pessoas levam em consideração não apenas a renda na hora de definir a pessoa de referência, que pode ser também o mais velho da casa, o proprietário do imóvel ou o de maior escolaridade - explica Ana.
As desigualdades entre homens e mulheres saltam aos olhos quando o assunto é o rendimento. Entre os casais com homem como pessoa de referência e cônjuge ocupados, em 37,2% as mulheres ganhavam até 50% do total obtido pelos maridos.
A pesquisa confirma ainda a tendência de queda na taxa de fecundidade no país. De acordo com o IBGE, o Rio Grande do Sul é o estado com a menor taxa - uma média de 1,6 filhos por mulher. De acordo com o instituto, houve um crescimento acentuado no número de mulheres casadas que assumem as rédeas da família. Esse percentual saltou de 9,1% em 1996 para 20,7% em dez anos.
Cresce número de mães adolescentes
De acordo com o IBGE, o número de mães adolescentes no país está aumentando. Segundo a pesquisa, o percentual de jovens de 15 a 17 anos com filhos aumentou de 6,9% em 1996 para 7,6% em 2006. Neste período, o Sudeste se manteve como a região do país com a menor proporção (5,6%) de mães adolescentes, enquanto o Norte concentra a maior parte (11,2%).
Entre 1996 e 2006, houve um aumento da proporção de mulheres com filhos que viviam com rendimento familiar até meio salário-mínimo per capita, passando de 69,3% para 74%.
Os dados do IBGE revelam também uma maior quantidade de filhos nas famílias mais pobres. Já a redução da taxa de fecundidade ocorreu, principalmente, entre as mulheres nas famílias com melhores condições de vida.
Brasileiro está vivendo mais
O brasileiro está vivendo mais e chega cada vez mais disposto à terceira idade. De acordo com o instituto, o número de idosos na sua faixa etária - acima de 80 anos - foi o que mais cresceu em dez anos. Esse percentual subiu de 11,5%, em 1996, para 13,2% em 2006. No mesmo período, a proporção de idosos de 60 a 65 anos caiu de 32,3% para 30,5%.
- O fenômeno da longevidade representa um gasto social maior, exige uma atenção especial, não só do Estado, como das famílias. A sociedade tem que se preparar - alerta Ana Saboya, coordenadora-chefe de indicadores sociais do IBGE.
Segundo a pesquisa, 30,9% dos idosos estão ocupados - o que representa uma fatia de 4,5% do mercado de trabalho. Entre eles, 3,6 milhões estavam aposentados e trabalhavam. Na faixa etária acima de 70 anos, o percentual de idosos ocupados também é significativo, 18,4%.
O IBGE mostra que 76,6% dos idosos - acima de 60 anos - são beneficiários da Previdência. Se for levar em conta apenas os idosos com mais de 65 anos, esse percentual sobe para 84,6%.
A pesquisa revela ainda que diminuiu o número de idosos pobres, que vivem com até meio salário-mínimo. Essa taxa, que era de 7,7% em 1996, caiu para 5,4% em 2006.
O instituto também faz um balanço do número de casamentos na terceira idade. De acordo com o IBGE, os homens idosos casam-se três vezes mais que as mulheres da mesma faixa etária. Em 2005, 3,3% dos homens idosos subiram ao altar, contra 0,8% das mulheres.
Brancos vivem mais
A pesquisa mostra ainda que os brasileiros que se declaram pretos e pardos ainda vivem menos que os brancos no país. Do total de 93 milhões de brancos existentes no Brasil, 10,9 milhões, ou 11,7% do total, têm 60 anos ou mais, enquanto dos 92,6 milhões de pretos e pardos, apenas 7,9 milhões, ou 8,6% do total, já romperam a barreira dos 60 anos.
Ana Sabóia, do IBGE, lembra que o número também reflete uma tendência de muitos idosos não se assumirem como pretos ou pardos.
- O movimento de afirmação do negro no Brasil começou nos anos 80 e não abarcou quem tem hoje mais de 60 anos - pondera.
Analfabetismo de pretos e pardos é mais que o dobro do dos brancos
A pesquisa mostra que as taxas de analfabetismo, analfabetismo funcional e freqüência escolar continuam apresentando diferenças significativas entre bancos, pretos e pardos . Em números absolutos, em 2006, entre cerca de 14,4 milhões de analfabetos brasileiros, mais de 10 milhões eram pretos e pardos. As taxas de analfabetismo para a população de 15 anos ou mais de idade foram de 6,5% para brancos e de mais que o dobro, 14%, para pretos e pardos. A taxa de analfabetismo funcional também era muito menor para brancos (16,4%) do que para pretos (27,5%) e pardos (28,6%). A média de anos de estudo da população de 15 anos ou mais de idade mostrava uma vantagem de 2 anos para brancos (8,1 anos de estudos), em relação a pretos e pardos (6,2).Em dez anos, dobrou percentual de crianças de até 3 anos na escola
Em dez anos, a freqüência escolar no Brasil teve crescimento significativo, mostra o IBGE. Para as crianças de 0 a 3 anos de idade, os percentuais dobraram nesse período, de 7,4% para 15,5%. Na faixa seguinte, de 4 a 6 anos, as taxas passaram de 53,8% para 76,0%, um aumento de mais de 40%. Além disso, a defasagem dos alunos do ensino fundamental cai 41,6% em dez anos.
A pesquisa revela também que o rendimento das famílias tem grande influência no acesso e permanência das crianças e jovens na escola. Nas famílias mais pobres, apenas 9,9% das crianças com até 3 anos de idade freqüentavam creches, em 2006.
Em relação ao ensino superior, a pesquisa aponta que, em 2006, 76,4% dos estudantes freqüentavam universidades particulares, e apenas 23,6% estavam em estabelecimentos públicos. No entanto, mais da metade dos estudantes que freqüentam o ensino superior na rede pública (54,3%) pertenciam aos 20% mais ricos.
Em dez anos, o número de crianças trabalhando, na faixa de 10 a 15 anos, caiu de 3,6 milhões para 2,5 milhões. Entretanto, a pesquisa encontrou 235 mil crianças de 10 a 17 que declararam trabalhar em vias públicas.
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