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São Paulo (Folhapress) – O ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf e seu filho Flávio deverão ser interrogados pela Justiça Federal, às 14h30 da próxima quarta-feira, sobre as escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal, nas quais Flávio apareceria tentando induzir o depoimento do doleiro Vivaldo Alves, o Birigüi – que teria operado para a família no exterior – a não revelar detalhes da operação à polícia.

Na quinta-feira, às 15h30, é a vez de Birigüi ser ouvido, juntamente com o ex-diretor da construtora Mendes Júnior Simeão Damasceno de Oliveira, acusado de pagar propina para obter benefícios para a empresa.

Maluf e Flávio estão detidos na sede da Superintendência da PF paulista desde o último dia 10, acusados de formação de quadrilha, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. A prisão preventiva dos dois tem prazo indeterminado e foi aceita no dia 9 pela juíza da 2.ª Vara Criminal de São Paulo, Sílvia Maria Rocha. Se condenados, a soma das penas mínimas é de oito anos de prisão.

Sílvia Maria entendeu que o ex-prefeito e seu filho, em liberdade, poderiam atrapalhar o andamento do processo – que corre em segredo de Justiça –, ocultar provas e coagir testemunhas. A juíza também aceitou as denúncias do Ministério Público contra Maluf e Flávio, Birigüi e Simeão Damasceno.

Defesa

O advogado criminalista e conselheiro da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo, Eduardo César Leite, afirmou que o procedimento das defesas de Maluf e Flávio de recorrer ao Superior Tribunal de Justiça para pedir a soltura de seus clientes deverá ser negado. A assessoria do STJ também informou que as defesas de ambos estariam realizando uma "supressão de instâncias", já que dentro do ordenamento jurídico brasileiro, é necessário esgotar todas as possibilidades em uma instância, antes de recorrer à outra.

Na última passada, o juiz federal convocado da 1.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região Luciano de Godoy negou os pedidos de liminar (medida cautelar) de habeas-corpus de pai e filho.

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