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O ex-prefeito Paulo Maluf entregou-se na madrugada deste sábado (10) à Polícia Federal em São Paulo. Acusado de coagir testemunhas e ocultar provas do processo em que é acusado de evasão de divisas, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, Maluf chegou à sede da PF à 0h20, acompanhado de advogados e visivelmente abatido. Ele carregava apenas uma pequena sacola e entrou sem falar com os jornalistas.

Flávio Maluf, filho do ex-prefeito, chegou algemado, na manhã deste sábado, à carceragem da PF, na zona oeste de São Paulo. Ele chegou em um carro da Polícia Federal, cercado por muitos policiais e visivelmente abatido.

Paulo Maluf estava em Campos do Jordão (SP) na noite desta sexta-feira, quando a juíza Silvia Rocha, da 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo, anunciou ter aceitado na íntegra a denúncia da Polícia Federal, endossada pelo Ministério Público Federal, contra Maluf, seu filho Flávio, o doleiro Vivaldo Alves, conhecido como Birigüi, e Simeão Damasceno de Oliveira, ex-diretor da construtora Mendes Júnior. A pena mínima é de oito anos de prisão.

No mesmo despacho, a juíza decretou a prisão de Maluf e de Flávio. Embora ela não tenha divulgado publicamente sua decisão sobre a prisão, Maluf - que deveria ser preso só no início da manhã deste sábado - se antecipou e foi para a sede da PF.

Na noite de sexta-feira, no "Jornal Nacional", o doleiro Birigüi disse que Paulo e Flávio Maluf não queriam que ele revelasse como operou US$ 160 milhões que saíram ilegalmente do Brasil e foram para os Estados Unidos.

- A preocupação deles, desde o início, era que eu não relatasse nada e que eu só falasse na Justiça. Eles insistiram porque não queriam que eu falasse sobre US$ 160 milhões - disse Birigüi, citando o valor, periciado pelo Ministério Público, que passou pela conta "Chanani", aberta pelo doleiro no Safra National Bank, de Nova York, para Maluf e sua família durante um período de um ano e meio.

De acordo com Vivaldo Alves, a conta "Chanani" foi aberta a pedido de Flávio Maluf. Ele a operava e ganhava uma comissão, por isso é considerado testemunha fundamental para provar a corrupção constada na Prefeitura de São Paulo e o envio de dinheiro público desviado para contas no exterior.

- Eu fui procurado por ele (Flávio) e ele me falou que no ano de 1998 ele precisava fazer uma movimentação muito grande e precisava ter uma conta de passagem nos Estados Unidos. Isso significa uma conta em que o dinheiro entra em grandes volumes e sai em pequenos volumes. Essa conta existe para não mostrar de onde veio o dinheiro, para deixar menos rastro - disse o doleiro ao "JN".

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