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O deputado federal e ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf (PP) lidera um ranking do Ministério Público do estado que inclui políticos e funcionários públicos da capital paulista que respondem a ações na Promotoria da Justiça e Cidadania. Pelo levantamento, o político responde a 20 ações cujos valores somados – incluindo dinheiro desviado, irregularidades administrativas e multa – chegam a R$ 13,9 bilhões.

"Esse dado reflete as irregularidades que foram cometidas pelo ex-prefeito", afirma o promotor Sílvio Marques. O valor é tão alto, segundo ele, porque a lei da improbidade administrativa, de 1992, determina a aplicação de multa de três vezes o valor desviado, além da devolução do montante. O MP acredita que o ex-prefeito desviou cerca de R$ 3 bilhões dos cofres públicos.

O segundo lugar do ranking é ocupado pelo também ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, que administrou a cidade entre 1997 e 2000. Ele responde a 15 ações, cuja indenização pedida chega a R$ 10,4 bilhões (desvio de R$ 2,5 bilhões). A ex-prefeita Marta Suplicy (PT) está em terceiro lugar, com oito ações e R$ 1,2 bilhão pedido pelo MP por causa de supostos desvios e irregularidades de R$ 300 milhões.

O ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) Goro Hama ocupa o quarto lugar. Ele responde a 68 ações por supostos desvios de dinheiro público e o MP pede R$ 876 milhões de ressarcimento.

O procurador de Justiça João Francisco Moreira Viegas explicou que o levantamento foi feito com base nos dados das ações entre 1992 e 2006 e lembrou que, apesar de altos, os números trazem uma informação positiva. "Se você perceber, está havendo uma diminuição nos ataques aos cofres públicos. Isso significa que a fiscalização está sendo eficiente", disse.

Os dados mostram que há R$ 36,3 bilhões a serem devolvidos aos cofres públicos apenas na capital paulista. Viegas contou que, desse total, R$ 6,7 bilhões já foram objetos de sentença definitiva (não há mais possibilidade de recurso), há R$ 5,6 bilhões em bens bloqueados e R$ 1 bilhão de processos em fase de execução.

Defesa de Maluf

A assessoria do deputado federal divulgou uma nota dizendo que o estudo do MP "tem credibilidade zero" e "vale tanto quanto uma nota de três reais". Em outro trecho, a assessoria afirma que as contas do político "foram aprovadas com louvor pelo Tribunal de Contas do Município".

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