Paranaguá - O prefeito de Guaraqueçaba Riad Said Zahoui (PSB) e o seu vice, Lourival Emílio da Silva (PMDB), tiveram os seus mandatos cassados no dia 6 de outubro. Os dois foram condenados em dois processos diferentes. No primeiro, por prática de conduta vedada à agente público no período pré-eleição e por compra de votos. E também por abuso do poder econômico praticado nas eleições municipais de 2008. Além da perda de mandato, eles vão ter de pagar multa de R$ 15.960,00 cada um.
A decisão do juiz Siderlei Ostrufka Cordeiro, da 6.ª Zona Eleitoral, foi publicada na última segunda-feira no Diário da Justiça Eletrônico, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Uma nova eleição, mas de forma indireta, deve ocorrer em até 30 dias a partir da data de publicação da sentença. Nesse tipo de pleito, quem tem poder de voto para escolher o prefeito são os nove vereadores da cidade.
O presidente da Câmara, Haroldo Salustiano Arruda (DEM), assumiu a prefeitura de Guaraqueçaba interinamente na segunda-feira. Ele já se colocou como pré-candidato a prefeito e afirmou que está atrás de recursos para obras. "Se houver as eleições indiretas, sou candidato", declarou.
A advogada de Riad e Lourival, Carla Cristine Karpstein, recorreu da decisão com uma medida cautelar. "Depois da confirmação da cassação, entramos com uma medida de efeito suspensivo para tentar reconduzir Riad ao cargo de prefeito. Estamos aguardando o resultado, que deve sair na próxima segunda-feira. Estou otimista porque há jurisprudência para que o prefeito fique no cargo até que o tribunal julgue esse recurso", afirmou a advogada. A ação foi movida por Luiz Chemin (PT), terceiro colocado na eleição municipal de 2008. O advogado dele, Rodrigo Arruda Sanchez, disse que prefere esperar resultado do TRE para depois se pronunciar.
Outro lado
O prefeito cassado Riad Said Zahoui se defendeu das acusações. "Eu sei da minha conduta, as pessoas sérias me conhecem e sabem quem eu sou. Estou confiante na justiça. Não devo nada. Isso foi uma armação. A oposição ficou em terceiro lugar e usou isso contra mim. Não participei de nada ilícito. Eu estou com a verdade e vou recorrer custe o que custar", disse.
Zahoui já teve seu mandato cassado em 2009, após ser reeleito, sob a acusação de compra de votos e abuso do poder econômico durante a campanha eleitoral em 2008. Ele voltou ao cargo após liminar do TRE.