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Mais de 10 mil pessoas, a maioria jovens, tomaram nesta quinta-feira a Avenida Paulista para protestar contra a visita do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush - que chega ao Brasil por volta de 20h desta quinta-feira. A comemoração do Dia da Mulher ficou em segundo plano diante das palavras de ordem gritadas contra o presidente norte-americano. O protesto reuniu tanto pessoas que gritaram contra a falta de política ambiental dos EUA quanto grupos contra a guerra do Iraque ou contra o 'imperialismo econômico'.

A passeata começou pouco depois das 15h, na Praça Osvaldo Cruz, e seguiu em direção ao Masp, ocupando apenas uma das pistas da avenida. O protesto pacífico, no entanto, foi quebrado quando um grupo de cerca de 200 pessoas entrou em confronto com a Polícia Militar num dos trechos da Paulista, perto da Rua Pamplona. Manifestantes jogaram paus, pedras e latas contra os policiais militares, que estavam em número insuficiente para conter os participantes que tentavam ocupar as duas pistas da avenida.

A Tropa de Choque da PM foi chamada e usou bombas de gás de efeito moral para conter os manifestantes. Uma militante do PSTU foi atingida na perna por estilhaços de bomba. A PM acusou um grupo de punks de ter iniciado a confusão.

No vão livre do Masp, os estudantes queimaram bandeiras dos Estados Unidos e um boneco de George W. Bush. Na figura de quase dois metros, uma suástica e uma gravata feita com imagens de notas de dólar.

Os manifestantes criticam o uso da Força Nacional de Segurança para receber o presidente dos EUA dias depois da divulgação de um relatório americano criticando sua atuação. Na manifestação da Paulista, além de pedirem a retirada dos Estados Unidos do Iraque, pediram a saída das tropas de paz brasileiras do Haiti.

George W. Bush e a primeira-dama, Laura, estão a caminho do Brasil. Em Guarulhos, choveu granizo antes da chegada do Air Force One. A viagem, durante a qual serão tratados assuntos como etanol, comércio exterior e direitos humanos, vai incluir paradas em Uruguai, México, Colômbia e Guatemala.

Embora seja bem vista diplomaticamente - esta é a segunda vinda de Bush ao país durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

A passeata na Paulista foi organizada pela 'Marcha Mundial das Mulheres' conta com a articulação de cerca de 50 entidades sociais, entre elas o Movimento dos Sem Terra (MST), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União Nacional dos Estudantes (UNE).

A Companhia de Engenharia de Tráfego não montou um esquema específico para a passeata, mas São Paulo mudou sua rotina. A cidade montou um esquema especial de segurança para receber o líder de Washington .

Para se ter uma idéia, apenas a saída da comitiva que iria esperar Bush no Aeroporto fechou a Avenida Luiz Carlos Berrini, ao lado do Hotel Hilton, por 10 minutos. O tamanho da trupe surpreendeu quem estava por ali no momento: duas limusines, cincos carros do consulado americano, 20 vans, 10 carros de segurança e três microônibus.

O protesto na Paulista não foi o único do dia. Pela manhã, integrantes do Greenpeace colocaram no Monumento das Bandeiras, no Ibirapuera, faixas pedindo aos Estados Unidos mais cuidado com o clima da terra. Várias pessoas usaram fantasias de animais e levaram cartazes com os dizeres: "Refugiados do Clima".

Os movimentos estudantis prometeram uma 'caça a George Bush' nesta sexta-feira e vão se reunir às 9h no Monumento das Bandeiras.

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