Uma manifestação de servidores do judiciário realizada em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta quinta-feira (4) virou tema de conversa entre os ministros da Corte no meio da sessão plenária. O "buzinaço" realizado pelos manifestantes que questionam o corte no orçamento do judiciário realizado pelo Poder Executivo atrapalhou o andamento dos trabalhos. "Acho que é o endereço errado", disse o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, afirmando que, desde a gestão do ministro Cezar Peluso, o projeto de lei referente a cargos e salários dos servidores já foi remetido ao Congresso Nacional. "Já formulamos essa proposta no projeto de lei do orçamento", disse o ministro, sobre o orçamento formulado para 2015, que sofreu cortes pelo Executivo.
Os servidores que se manifestaram durante a sessão, do lado de fora do STF, na Praça dos Três Poderes, trazem faixas com os dizeres "Dilma, deixe sua tesoura longe do nosso reajuste", "São oito anos com nosso contracheque sendo chamuscado" e "Servidores na rua, Dilma a culpa é sua".
A decisão do governo federal de cortar o orçamento do judiciário para 2015 compromete não só propostas que beneficiariam os servidores mas também a proposta enviada pelo STF para reajustar os salários dos próprios ministros para R$ 35.919 mensais. Só no Supremo, os cortes totalizam R$ 149 milhões.
A conversa sobre a manifestação foi iniciada pelo ministro Luiz Fux: "Isso é democracia? Será que não temos como resolver esse excesso de democracia no intervalo?". A ministra Rosa Weber chegou a mencionar o incômodo causado por "menos de 80 decibéis" e Marco Aurélio retrucou "de qualquer maneira, o fundo musical é de péssimo gosto".
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