A nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil do governo Dilma Rousseff continua a motivar manifestações em todo o país a favor e contra o PT nesta quinta-feira (17). Em algumas delas, há confronto entre os dois grupos, que se concentraram no mesmo local.
Em Brasília, manifestantes pró e contra governo se concentram nas proximidades do Palácio do Planalto na manhã desta quinta-feira, onde ocorre a posse de Lula. Um grupo vestido de verde e amarelo tentou carregar uma faixa com “Somos todos Moro” próximo ao local onde um grande grupo vestido de vermelho entoava gritos de guerra. Depois de provocações de ambos os lados e da polícia tentar impedir o conflito, dois grupos menores entraram em choque e trocaram socos e bandeiradas. A policia precisou usar spray de pimenta e cassetetes para dispersar a briga.
A PM tentava separar os dois grupos, deixando os apoiadores do governo em frente ao Palácio do Planalto e os contrários em frente ao Congresso. Os dois grupos, no entanto, têm se provocado a cada instante e a polícia organizou um cordão de isolamento com mais de 20 soldados para impedir mais conflitos.
Já estão nas proximidades do Palácio do Planalto local pelo menos cinco ônibus da polícia e pelo menos 15 viaturas. No início da Esplanada dos Ministérios, distante cerca de mil metros do Palácio, mais de dez veículos com policiais militares estão de prontidão. A PM ainda não tem um levantamento de quantas pessoas participam dos protestos.
CURITIBA
Um grupo de cerca de 15 manifestantes ameaçou atear fogo na sede do Partido dos Trabalhadores (PT), em Curitiba, na madrugada desta quinta-feira (17). A confusão começou por volta das 0h30. De acordo com a assessoria do partido, os manifestantes picharam a sede e ameaçaram os dois seguranças que trabalham no local. A Polícia Militar foi acionada, mas ninguém foi preso.
A sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), na capital, também foi alvo dos manifestantes. “O pessoal chegou na sede e jogaram pedras, quebraram o vidro e picharam”, diz a presidente da CUT no Paraná Regina Cruz. A PM também foi acionada e a CUT reforçou a segurança.
Em todo o país, manifestantes foram às ruas nesta quarta-feira (16) para protestar contra a nomeação do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil de Dilma. A nomeação seria um artifício para dar ao ex-presidente prerrogativa de foro, para que ele escape das mãos do juiz federal Sergio Moro, que conduz as investigações da Lava Jato em primeira instância. Os ânimos se acirraram depois que a Polícia Federal divulgou áudios de interceptações telefônicas de Lula. Em uma das conversas, a presidente Dilma diz que está enviando o termo de posse, para que Lula use “em caso de necessidade”.
SÃO PAULO
Manifestantes contrários a Lula continuam na Avenida Paulista, nesta quinta-feira, em protesto contra a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil e também contra a presidente Dilma Rousseff. A via está bloqueada, nos dois sentidos, em frente à sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Em São Bernardo do Campo, no Grande ABC, um grupo de sindicalistas passou a noite em frente ao prédio onde mora o ex-presidente Lula.
O protesto na Paulista começou na noite de quarta-feira e reuniu 5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. Na manhã desta quinta-feira, um grupo de cerca de 100 pessoas ocupa a via. Eles gritam palavras de ordem contra o líder petista, como “1,2,3 Lula no xadrez” e “não vai ter posse”, além de pedirem a saída da presidente Dilma Rousseff e apoio ao juiz Sérgio Moro. A maioria está enrolada em bandeiras do Brasil e batem panela.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e apoiadores reagem a relatório da PF que indiciou 37. Assista ao Entrelinhas
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Otan diz que uso de míssil experimental russo não vai dissuadir apoio à Ucrânia