Os manifestantes que invadiram a Câmara Legislativa do DF nesta quarta-feira (2) decidiram desocupar o plenário para que os deputados possam ler os requerimentos de impeachment do governador José Roberto Arruda e dos processos de quebra de decoro contra deputados que estariam envolvidos em suposto esquema de corrupção. Cerca de 40 manifestantes ainda estavam ocupando o plenário quando houve a decisão de sair do local. A ocupação durou cerca de quatro horas.

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Segundo os deputados Paulo Tadeu e Chico Leite, ambos do PT, o pedido de instalação da CPI da Corrupção ainda não tem o número necessário de assinaturas para ser instalada, apesar do compromisso dos 24 parlamentares de assinarem o requerimento. Há seis deputados na Casa, o número mínimo necessário para abertura da sessão: quatro do PT, um do PDT e a deputada Jaqueline Roriz (PMN)

A leitura dos requerimentos é necessária para que comece o trâmite dos pedidos dentro da casa. Os manifestantes agora estão na galeria reservada ao público e devem acompanhar a leitura.

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Caso

O escândalo do mensalão do DEM de Brasília começou no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora. No inquérito, o governador José Roberto Arruda é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais e aliados.

Nesta terça-feira, o presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente (DEM), pediu licença de 60 dias do cargo. Vídeo gravado pelo ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa, que denunciou o suposto esquema, mostra Prudente guardando maços de dinheiro nos bolsos e nas meias.

Na segunda-feira (30), Prudente tentou se justificar. "Eu recebi o dinheiro e coloquei o mesmo nas minhas vestimentas em função da minha segurança. Eu não uso pasta". Ele disse que o dinheiro era "ajuda financeira não contabilizada" para a campanha de 2006.

Em outro vídeo gravado por Durval, deputados rezam abraçados com o ex-secretário. "Pai, eu quero te agradecer por estarmos aqui. Sabemos que nós somos falhos, somos imperfeitos", diz na gravação o deputado Rubens César Brunelli (PSC), corregedor da Câmara, que também pediu licença do cargo.

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