A ocupação da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) por manifestantes que exigem a renúncia ou o afastamento do governador José Roberto Arruda e de seu vice, Paulo Octávio, ambos do Democratas (DEM), entra neste domingo(6) em seu quarto dia e não tem data para acabar, segundo representantes do grupo ouvidos pela Agência Brasil.
De acordo com o estudante Raul Cardoso, do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de Brasília (UnB), cerca de 60 pessoas passaram a noite no local e a expectativa é de que mais gente se junte ao grupo durante o dia. À tarde, músicos que apoiam o protesto farão shows no interior da Câmara, onde também haverá a exibição de filmes.
Ainda estamos organizando as atividades do dia. Algumas pessoas já estão saindo para distribuir panfletos em feiras e na porta de escolas onde está acontecendo o Enem [o Exame Nacional do Ensino Médio], explicou Cardoso, destacando que os manifestantes têm recebido manifestações de solidariedade não só da população brasiliense, mas também de várias outras partes. Esta manhã, segundo o estudante, o grupo recebeu uma moção de apoio do Comitê de Solidariedade Resistência Hondurenha, sediado em Boston, nos Estados Unidos.
Apesar de ter em mãos uma liminar do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) o autorizando a acionar a polícia para desocupar o plenário da Casa, o presidente interino da Câmara, Cabo Patrício (PT), pretende aguardar até amanhã (7) para tomar uma decisão. Segundo sua assessoria, Patrício espera que o grupo deixe o local pacificamente e só irá recorrer polícia ainda hoje caso os manifestantes cometam excessos.
Os manifestantes, por sua vez, dizem estar se preparando para resistir a uma eventual ação policial. Estamos nos preparando para uma possível reintegração, mas acreditamos que a Câmara não vai querer ficar marcada na história como a que mandou a polícia bater nos manifestantes, disse Cardoso, garantindo que a presença do grupo não impede o funcionamento da Casa.
Nos momentos em que estava previsto acontecer sessões, nós desocupamos e limpamos o plenário. Nosso intuito é que a coisa funcione, mas como uma parcela considerável de parlamentares aparece envolvida neste lamaçal de corrupção, a ocupação é importante para denunciar esta situação e cobrar respostas efetivas. A Câmara está funcionando perfeitamente, mas há um interesse político para que isso não aconteça, o que é mais uma jogada do governo Arruda, acrescentou.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas