Cassação do governador
Seis pedidos de impeachment já foram protocolados
Agência Estado
Brasília - Com apenas seis deputados em plenário, o mínimo necessário, a Câmara Legislativa do Distrito Federal deu início ontem ao processo de impeachment do governador José Roberto Arruda (DEM). Seis pedidos de impeachment, protocolados até ontem, foram lidos no início da noite, sob intensa pressão, nas galerias da Casa, dos manifestantes que invadiram o Legislativo e ocuparam o plenário por quase quatro horas.
A partir da leitura, o presidente em exercício, Cabo Patrício (PT), determinou uma análise jurídica da legalidade dos pedidos, em 24 horas. Depois, eles seguem para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
Dois pedidos de impeachment foram feitos pelos advogados Evilásio Viana dos Santos e Anderson Siqueira. O PSol e a Ordem dos Ministros Evangélicos do Gama, cidade satélite do Distrito Federal, entraram com outros dois. Os dois restantes foram protocolados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e PT. Hoje, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) deverá fazer um sétimo pedido para cassar o governador José Roberto Arruda.
Brasília - Cerca de 500 manifestantes invadiram ontem o prédio da Câmara Legislativa do Distrito Federal exigindo a renúncia do governador José Roberto Arruda (DEM) e do vice, Paulo Octávio (DEM). Os dois democratas são acusados de comandar um esquema de corrupção em que estariam envolvidos também deputados, secretários do governo e empresários.
Inicialmente, 150 manifestantes chegaram à Câmara e quebraram a porta principal (de vidro) e a porta do plenário (de madeira). Os dois seguranças não resistiram. Aos poucos, o número de invasores aumentou. Entre eles havia sindicalistas de várias categorias, estudantes e militantes de partidos de esquerda, como o PSol.
Os manifestantes entraram carregando um caixão que simbolizava o enterro de Arruda. Dentro do caixão havia um homem com uma faixa em que estava escrita a palavra "governador". Eles usaram megafones e gritavam "Arruda na Papuda" em alusão ao Presídio da Papuda. Gritaram também "Pê Ó no xilindró", em referência a Paulo Octávio.
Além do caixão, os manifestantes depositaram no plenário um caixote de madeira que disseram ser uma "Caixa de Pandora" (nome da Operação da Polícia Federal que investiga o esquema de corrupção). Na caixa estava escrito "DEM" e uma tradução: "Dinheiro Escondido na Meia" uma lembrança do vídeo em que o deputado Leonardo Prudente esconde uma suposta propina nas meias.
Quebra de decoro
Com a saída dos manifestantes que ocuparam o plenário, o presidente em exercício da Câmara Legislativa, Cabo Patrício (PT), abriu a sessão e anunciou a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra dez deputados suspeitos de participação no mensalão do DEM.
O petista afirmou que não foi possível ler o requerimento que pede a criação de uma CPI para investigar as denúncias porque, com a ocupação do plenário, alguns deputados deixaram a Casa sem assinar o documento.
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