Manifestantes se reúnem na Avenida Paulista para um novo protesto contra o governo do presidente Michel Temer. O ato começou por volta das 16h30. A expectativa dos organizadores é de reunir 40 mil pessoas. A Tropa de Choque da Policia Militar foi recebida com vaias dos manifestantes na Paulista. Uma pessoa jogou uma lata de cerveja sobre os policias, que fizeram menção de revidar com balas de borracha, mas os ânimos foram contidos.
O trajeto da passeata começa na Paulista, desce pela Avenida Rebouças e vai até o Largo da Batata, em Pinheiros, na Zona Oeste. Alguns participantes estão colando adesivos na avenida com duas inscrições: “Abaixo a ditadura, Temer na cadeia” e “Abaixo a ditadura, Moro na cadeia”.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) havia proibido o ato, já que o início da concentração dos protestos coincidia com a passagem da tocha paralímpica, que aconteceu por volta de 14h30. Mesmo assim os organizadores haviam confirmado a sua realização. A SSP, então, voltou atrás e autorizou a manifestação a partir das 16h30, o que teve a concordância das frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, organizadoras do ato.
“Aceitamos o adiamento do início do protesto para deixar claro de que lado está a intransigência e não dar pretexto à repressão da Polícia Militar”, escreveram em nota as duas frentes.
Motivação
De acordo com Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o protesto tem três eixos principais. O “Fora Temer”, convocação de eleições diretas e a preservação dos direitos trabalhistas. Com relação à possibilidade de conflitos, como em atos anteriores, Boulos afirmou que a manifestação é pacífica. Ele transferiu para a Polícia Militar a responsabilidade pelos confrontos.
“São sempre eles que tomam a iniciativa de atacar os manifestantes”, disse Boulos, observando que o número de participantes certamente será maior do que os ‘40’ citados pelo presidente Michel Temer.
Na China, o presidente Michel Temer minimizou ontem os protestos realizados no Brasil contra o impeachment. Segundo ele, são grupos pequenos e de depredadores.
“Na verdade, são pequenos grupos, parece que são grupos mínimos, né? Não são movimentos populares de muito peso. Não tenho numericamente, mas são 40, 50, 100 pessoas, nada mais do que isso. Agora, no conjunto de 204 milhões de brasileiros, acho que isso é inexpressivo”, disse o presidente.
Na semana passada, cinco protestos foram realizados contra o governo Temer e terminaram em conflito com a Polícia Militar. Na última sexta-feira (02), por exemplo, oito pessoas foram detidas após o confronto na Avenida Eusébio Matoso, na Zona Oeste da capital. Foram depredados pontos de ônibus e vitrines de lojas de carros de luxo. A confusão começou após a PM informar que não havia sido informada do trajeto da passeata, impedindo a saída do grupo. Manifestantes se dividiram e avançaram por tuas próximas, o que acabou levando ao confronto com os policiais.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, que tamém está na Paulista, fez coro a Boulos e também culpou a Polícia Militar pelos últimos atos de violência nas manifestações. De acordo com o sindicalista, a PM é orientada a reprimir os contrários a Temer e defender os “patos da Fiesp”.
“Vivemos a fulanização da segurança pública. O governador coloca 100 homens para proteger os patos da Fiesp e o Pixuleco e contra a gente ataca.
Tocha Paraolímpica
A passagem da tocha paralímpica pela Avenida Paulista, por volta de 14h30, aconteceu sem incidentes. A segurança foi feita pela Força Nacional e pela Polícia Militar. Algumas pessoas portavam cartazes com a frase “Fora Temer”, mas passagem foi tranquila. Antes, a tocha também passou por outros cartões postais da cidade e instituições de apoio a pessoas com deficiência . O trajeto será encerrado no parque do Ibirapuera.
Como a PF costurou diferentes tramas para indiciar Bolsonaro
Problemas para Alexandre de Moraes na operação contra Bolsonaro e militares; acompanhe o Sem Rodeios
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Enquete: como o Brasil deve responder ao boicote de empresas francesas à carne do Mercosul?
Deixe sua opinião