Um grupo de manifestantes contrário ao novo Código Florestal, que estava concentrado na manhã desta quarta-feira na Catedral de Brasília, no começo da Esplanada dos Ministérios, saiu em direção à Praça dos Três Poderes, onde farão um protesto pedindo o veto presidencial ao texto. O projeto, que seria votado pela Câmara nesta semana, foi adiado para a próxima terça. Ainda há divergências quanto a alguns pontos do texto. O clima de insatisfação na base aliada - em especial no PMDB - também contribuiu para o adiamento da votação.
"Veta, Dilma! Veta, Dilma!", gritavam os manifestantes.
"Queremos que a presidente Dilma cumpra a promessa de campanha e vete - defendeu Luiz Zarref, integrante da Via Campesina e um dos organizadores do protesto.
Segundo Zarref, já há cerca de 1.200 pessoas concentradas e a expectativa é que o número chegue a três mil. Na Praça dos Três Poderes, deputados ligados à causa ambientalista vão se juntar ao grupo. O protesto é organizado pelo Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, que reúne quase 200 organizações da sociedade civil, entre elas o Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), WWF, Instituto Socioambiental (ISA), Fundação SOS Mata Atlântica, Greenpeace, Via Campesina, CNBB, CUT, OAB e Fórum de Ex-Ministros de Meio Ambiente.
Zarref diz que os manifestantes são contra tanto o texto da Câmara quanto o alterado pelo Senado. Ele tem opinião diferente de deputados que integram a bancada ruralista, que associam o resgate do texto da Câmara à defesa dos pequenos produtores rurais. Ele também acredita na poder da pressão popular e que a presidente Dilma possa vetar integralmente o texto, embora o governo venha trabalhando para manter a proposta do Senado.
"Somos contra os dois. O texto da Câmara é um manifesto ruralista. O texto do Senado mantém a essência ruralista e não trata os pequenos camponeses de forma diferenciada", argumenta.
A maior parte dos manifestantes vestem camisas azuis com os dizeres "mangue faz a diferença". A exploração dos mangues é um dos pontos incluídos no Código que enfrenta oposição dos ambientalistas. Faixas levadas pelos manifestantes dizem "Pelos manguezais, diga não ao novo Código Florestal" e "O novo código florestal quer acabar com os manguezais". Outro manifestante carregava um boneco de Dilma. Havia também no protesto uma motosserra de papelão.
Na terça-feira, um grupo de 11 ONGs criticou o desempenho do primeiro ano do governo Dilma Rousseff na área ambiental. Segundo elas, teria sido registrado o maior retrocesso da agenda socioambiental desde o fim da ditadura militar. As piores ações nessa área foram, segundo as ONGs, a aprovação do Código Florestal, e a regulamentação do Artigo 23 da Constituição Federal, que define competências da União, dos estados e dos municípios no licenciamento ambiental, de acordo com a carta.
A carta foi assinada pelas seguintes entidades: Instituto Socioambiental (ISA); Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS); Fundação SOS Mata Atlântica; Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon); Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam); Rios Internacionais - Brasil; Rede de ONGs da Mata Atlântica (RMA); Grupo de Trabalho Amazônica (Rede GTA); Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi); Associação Alternativa Terrazul e WWF Brasil.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano