Um grupo de manifestantes interrompeu nesta quarta-feira o início do julgamento do pedido de extradição do ex-ativista político Cesare Battisti no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo a liberdade do italiano.
O grupo estava sentado na tribuna do plenário, mas quando o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, deu início à sessão, os manifestantes abriram uma faixa e começaram a dizer palavras de ordem contra o processo de extradição de Battisti.
A segurança do STF agiu rapidamente, confiscando a faixa e retirando à força os manifestantes. Parlamentares do PSOL e do PT amparavam os integrantes do protesto.
A cerca de uma dúzia de manifestantes comparou a possível extradição de Battisti à entrega de Olga Benário ao governo nazista, nos anos 1930. Olga, ex-mulher do comunista Luis Carlos Prestes, foi assassinada pelos nazistas por ser judia.
Outra placa afirmava que extraditar Battisti se compararia à modernização da Inquisição.
"Não há por que o governo ceder a essa pressão de extraditar Battisti. Nós sabemos o caráter do governo italiano de hoje. Um governo que não prima pelos direitos humanos e está retroalimentando grupos fascistas", disse a jornalistas o deputado Ivan Valente, do PSOL-SP, que acompanhava os manifestantes.
Battisti foi condenado pelo governo italiano por quatro assassinatos entre 1971 e 1979, mas sua defesa alega que ele teria cometido os crimes devido a sua participação em um movimento político de esquerda.
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