Protesto na Câmara: manifestantes dizem que vão insistir na cassação de João Cláudio Derosso| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Investigação contestada

Oposição abandona depoimento a portas fechadas

Os vereadores Pedro Paulo (PT) e Paulo Salamuni (PV) se retiraram de uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em protesto contra a forma como os trabalhos estavam sendo conduzidos. Estavam sendo ouvidos os integrantes da comissão responsável pela licitação dos contratos de publicidade da Câmara de Curitiba, realizada em 2006. O grupo, entretanto, só concordou em depor ontem à noite com a condição de que a reunião fosse realizada a portas fechadas, sem a presença da imprensa. A maioria dos membros, ligados à bancada de situação, aprovou o pedido. Indignados, os dois vereadores da oposição se retiraram.

Durante o dia de ontem, duas reuniões foram realizadas. Na primeira, pela manhã, os membros da comissão não depuseram e uma nova reunião foi marcada para as 18h. Durante essa reunião, ficou acordado que seria permitida a entrada da imprensa. Entretanto, na segunda reunião, os membros da comissão apresentaram um requerimento pedindo que o depoimento fosse reservado. A CPI aprovou esse pedido por seis votos a dois.

"Não nos restou outra alternativa senão deixar a reunião. Nós temos um regulamento aprovado que diz que todas as reuniões serão públicas, abertas à imprensa e à população em geral", disse Pedro Paulo. O vereador afirmou também que existe a possibilidade de o bloco deixar a CPI. "Se as investigações continuarem nesse viés antidemocrático, nós podemos nos retirar." (CM)

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Um grupo de manifestantes fez um protesto ontem dentro das instalações da Câmara de Curitiba para pedir o impeachment do presidente da Casa, João Cláudio Derosso (PSDB). Acusado de irregularidades na contratação de agências de publicidade para a Câmara, Derosso está sendo investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Os manifestantes, em sua maioria, eram estudantes secundaristas, ligados à União Para­­­naense dos Estudantes (UPE). Houve também a presença de li­­deranças da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Fe­­deração da Associação de Mo­­radores de Curitiba (Femotiba). Segundo a CUT, 800 pessoas estavam presentes.

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Os manifestantes se reuniram na Praça Santos Andrade às 9 horas, e de lá marcharam até a Câmara. Por volta das 10h15, o grupo entrou pelo estacionamento térreo da Câmara, sem que houvesse conflito com os seguranças e com a Guarda Municipal. A ideia era pressionar e acompanhar os trabalhos da CPI, que tinha reunião marcada para as 10h30.

Por causa da protesto, a reunião demorou para começar.

Manifestantes exigiram que pelo menos 30 pessoas pudessem permanecer no plenário para acompanhar a reunião. O presidente da CPI, Emerson Prado (PSDB), cedeu, desde que os manifestantes deixassem o estacionamento da Casa, onde ocorria o protesto.

Durante a reunião, houve uma briga entre um estudante que acompanhava a sessão e um outro espectador, supostamente ligado à gestão da Casa. Durante a confusão, os guardas municipais tentaram retirar o estudante à força, mas vereadores da oposição e outros manifestantes impediram a expulsão.

Além disso, manifestantes também colaram adesivos de protestos nos carros estacionados no pátio da Câmara. Um deles, que estava na vaga de Derosso, foi o mais visado: mais de 30 adesivos de diversos movimentos foram colados, incluindo folhas de papel com mensagens rabiscadas na hora e coladas com fita crepe.

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Segundo o presidente da UPE, Rafael Bogoni, o ato não foi apenas uma manifestação isolada. "A gente não vai arredar o pé dessa causa. Queremos a cassação do Derosso. Não interessa se vai demorar uma semana, um mês ou um ano. Nós vamos continuar mobilizados até que saia a cassação do mandato", disse.